Numa nota emitida dia 5, estas instituições denunciaram que a plataforma Catawiki promove, no designado «Leilão de arte antiga (pré-colombiana)», a venda de bens oferecidos pela casa Antique 4U, dos Países Baixos, bem como pela Galeria J. Bagot Arqueologia e um vendedor identificado como «user-6907b16», de Espanha.
Nas licitações promovidas por este sítio, que deveriam terminar ontem, foram identificados 50 bens pré-hispânicos que integram o património cultural do México, «protegidos pela Lei Federal sobre Monumentos e Zonas Arqueológicos, Artísticos e Históricos».
Secretaria mexicana da Cultura e INAH referem que as peças em causa abrangem um período que vai dos anos 600 a.C. até a 1200-1521 d.C., que cobrem os períodos Pré-clássico, Clássico e Pós-clássico mesoamericano e sendo representativas de várias regiões.
Na sua maioria, consistem em figuras antropomórficas de Tlatilco, um local no Altiplano Central; das tradições Chupícuaro (Bajío) e túmulos de poço do Ocidente; das culturas do Golfo de México, bem como maias e mexicas, explica a nota.
As instituições mexicanas denunciam ainda que está prevista para hoje, segunda-feira, na Galeria de Zwann Amsterdam, nos Países Baixos, a realização de um leilão intitulado «Arqueologia e arte tribal», no qual aparecem 14 peças que, segundo os critérios estabelecidos pelos especialistas do INAH, também são monumentos arqueológicos móveis que integram o património cultural do país.
A Secretaria da Cultura informa que já denunciou o caso junto da Procuradoria-Geral da República, e que enviou ofícios ao serviço jurídico da Secretaria dos Negócios Estrangeiros e à Direcção-Geral dos Assuntos Policiais Internacionais da Interpol, de modo a implementarem as medidas necessárias com vista à repatriação dos bens referidos.
De acordo com dados oficiais, referentes a meados deste ano, o México conseguiu recuperar cerca de 9000 peças desde 2018, no âmbito da campanha que o governo de López Obrador lançou pela devolução de objectos das civilizações maia e azteca, bem como de outros povos pré-hispânicos.
As autoridades mexicanas afirmam que a campanha se insere numa política de defesa do património cultural e de luta contra o tráfico ilícito de bens culturais, e que se destina igualmente a promover o respeito e reconhecimento pela história e a identidade dos povos indígenas.
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