O país centro-asiático tem o maior número de vítimas infantis verificadas nos últimos 16 anos – 28 500 –, representando 27% de todas as mortes de menores registadas a nível mundial, referiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em comunicado.
Os mais de 40 anos de guerra e 20 de ocupação militar do Afeganistão – promovidas pelos EUA com o pretexto de combater os soviéticos, primeiro, e o terrorismo, depois – deixaram o país arrasado e empobrecido, e muitos milhares de civis mortos.
«O Afeganistão, o Iémen, a Síria e o Norte da Etiópia são os lugares onde as crianças pagaram um preço devastador por causa de conflitos armados, violência intercomunitária e insegurança», alertou o organismo.
«Ano após ano, as partes em conflito continuam a demonstrar um espantoso desprezo pelos direitos e o bem-estar das crianças», disse a directora executiva da Unicef, Henrietta Fore.
«As crianças estão a sofrer e a morrer por causa desta insensibilidade. É preciso fazer todos os esforços possíveis para manter estas crianças a salvo», acrescentou.
As Nações Unidas verificaram 266 mil casos de violações graves contra os menores em mais de 30 situações de conflito em África, na Ásia, no Médio Oriente e na América Latina nos últimos 16 anos, de acordo com o comunicado.
A nota adverte que estes são apenas os casos verificados pelos mecanismos de supervisão dirigidos pela ONU, o que significa que os números reais são muito mais elevados.
Não tendo ainda dados relativos a 2021, a Unicef dá conta de 26 425 violações graves contra menores registadas pela ONU em 2020, e apela às partes envolvidas em conflitos que tomem medidas concretas para proteger as crianças.
«Peço a todas as partes em conflito que ponham fim aos ataques contra crianças, defendam os seus direitos e se esforcem por encontrar soluções políticas pacíficas para a guerra», disse Fore.
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