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|Ásia Central

Seis países da ex-URSS preparam-se para realizar manobras no Tajiquistão

A Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC) informou que os seus países-membros deram início aos preparativos para um exercício militar na fronteira do Tajiquistão com o Afeganistão.

Combatentes talibãs passeiam-se em Kandahar, segunda maior cidade afegã, sem resistência nas ruas 
Combatentes talibãs passeiam-se em Kandahar, segunda maior cidade afegã, sem resistência nas ruas Créditos / reportwire.in

Integrada por Arménia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tajiquistão, a OTSC prevê realizar os exercícios nos próximos meses, declarou ontem o seu secretário-geral, Stanislav Zas, segundo a agência Sputnik.

Zas considerou «profundamente preocupante» para a região da Ásia Central a ofensiva «fulminante dos talibãs», que em pouco tempo assumiram o controlo de grande parte do Afeganistão», incluindo as fronteiras nacionais e a capital, Cabul – cenário muito diferente daquele que debitaram os cérebros de Washington há uma semana, para quem a chegada dos talibãs a Cabul só deveria ocorrer daqui a três meses.

Caso se verifique uma escalada e surja uma ameaça à segurança da República do Tajiquistão, a OTSC tomará as medidas pertinentes estipuladas nos estatutos da organização para proporcionar ajuda a um aliado, disse Zas.

Esta segunda-feira, o secretário-geral da OTSC conversou por telefone com o ministro tajique da Defesa, Sherali Mirzo, e com o secretário do Conselho de Segurança desse país, Nasrulo Mahmudzoda, que confirmaram que as forças de defesa tajiques controlam por completo a situação na fronteira, não havendo necessidade, por agora, de accionar os mecanismos da OTSC.

Stanislav Zas referiu ainda que a situação no Afeganistão será um dos temas centrais da reunião do organismo prevista para meados de Setembro na capital do Tajiquistão, Duchambé.

No início de Agosto, a Rússia e o Tajiquistão realizaram um exercício militar conjunto com o Uzbequistão, que fez parte da OTSC de 1992 a 1999 e de 2006 a 2012, na província tajique de Khatlon, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com Afeganistão.

EUA não querem assumir responsabilidades pelas suas «experiências geopolíticas»

No contexto da situação agravada no Afeganistão, depois de Joe Biden ter anunciado em Abril último a retirada das tropas dos EUA, Maria Zakharova, representante do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, acusou ontem os EUA de não assumirem a responsabilidade pelas suas «experiências geopolíticas», informa a TASS.

No seu canal de Telegram, a diplomata lembrou como o presidente norte-americano Ronald Reagan se dirigia aos afegãos em 1983, 1984 e 1985, altura em que alguns senhores da guerra e tribos assediavam os comunistas e forças progressistas do país, bem como os seus aliados soviéticos, pondo em causa os grandes avanços económicos e sociais alcançados pela Revolução Saur, também ao nível da emancipação da mulher, agora tão lembrada e merecedora de declarações solidárias, manifestos e petições.

Zakharova escreveu que «cada discurso [de Reagan] continha uma passagem obrigatória de saudação aos "combatentes pela liberdade" no Afeganistão», em referência aos mujahidin que o Ocidente armada e louvava, afirmando que eram um movimento que brotava do seio da população para desafiar as forças militares que punham em causa a sua religião e o seu modo de vida. Os americanos, dizia Reagan, agradeciam tanta coragem e seguiam de perto as acções da URSS na república da Ásia Central.

O resto, a diplomata não escreveu, mas é sabido. As tropas da União Soviética retiraram-se no fim da década de 1980, o governo progressista afegão resistiu até 1992, e as sementes da al-Qaeda e dos talibãs tinham sido lançadas.

A «tragédia» afegã não é só o regresso dos talibãs ao poder – são 20 anos de ocupação pela NATO, um país destruído e muitas dezenas de milhares de mortos. Como diz o Morning Star em editorial, «a humilhação norte-americana de Cabul» fala contra as chamadas «intervenções humanitárias».

A «tragédia» afegã é muito mais que a chegada dos talibãs a Cabul ou o cenário «Saigão 2» no aeroporto. No fundo da questão jaz o imperialismo, que não existe para disseminar conquistas sociais, económicas e políticas, mas para se servir a si mesmo.

A «tragédia afegã» não se entende sem todos os povos contra os quais os EUA e seus aliados decretam sanções e bloqueios, os países onde promovem golpes de Estado, de onde saqueiam os recursos naturais, onde mantêm o seu complexo industrial de armamento a funcionar e onde geram milhões de deslocados e refugiados.

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