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Mais de 200 artistas em Portugal rejeitam Israel na Eurovisão

Sérgio Godinho, Scúru Fitchádu, Chullage, Cláudia Dias e Sérgio Tréfaut contam-se entre os artistas que, assinalando a hipocrisia do Festival da Eurovisão, apelam à proibição de Israel. 

CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

Numa carta dirigida à RTP, responsável pelo concurso em Portugal, os subscritores – onde se incluem as cineastas Cláudia Varejão e Catarina Vasconcelos, os actores Carla Bolito, São José Lapa, João Grosso e Miguel Nunes, e o humorista Diogo Faro – pedem à emissora pública que exija, da European Broadcasting Union (EBU), entidade organizadora do Festival da Eurovisão, a proibição da «participação de Israel no evento até que Israel respeite o direito internacional, ou que, em caso de recusa [da EBU], boicote o Festival».

De variados campos artísticos, os subcritores, como o produtor musical Alain Vachier, a editora Cafetra ou a Associação A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria, apontam «a hipocrisia da EBU», que baniu a Rússia no dia seguinte à invasão da Ucrânia, «mas que insiste na participação de Israel apesar da sua ocupação da Palestina e opressão do povo palestiniano que dura há mais de meio século».

A declaração, promovida pelo Comité de Solidariedade com a Palestina, surge numa altura em que as forças israelitas já mataram mais de 30 mil palestinianos, dos quais pelo menos 12 300 crianças, e fizeram cerca de 73 mil feridos desde o passado dia 7 de Outubro. «Os crimes de guerra perpetrados por Israel incluem o ataque intencional a instalações civis, como escolas, universidades e hospitais, a recusa de ajuda humanitária e o uso deliberado e ilegal de armas explosivas e fósforo branco contra civis», lê-se na carta. 

Os subscritores lembram que o Tribunal Internacional de Justiça advertiu para um «plausível» crime de genocício por parte de Israel contra o povo palestiniano em Gaza. Neste sentido, pretendem quebrar «o silêncio que impregna a maioria das instituições culturais do país em relação ao genocídio em curso do Estado de Israel contra a população palestiniana».

Como parte do seu genocídio cultural, acrescentam, «Israel matou artistas, escritores e poetas, destruiu ou danificou um património histórico singular, como a mesquita de al-Omari do século XIV, a igreja de São Porfírio, a terceira mais antiga do mundo, o Museum Nacional de Gaza com mais de 3.000 antiguidades raras, assim como centros culturais, teatros e bibliotecas».

A carta subscrita também pelo músico Tó Trips, o actor André Albuquerque e o fotógrafo Alípio Padilha, entre outros, termina a convidar «pessoas, associações e outros colectivos do sector artístico e cultural português» para que se juntem e assinem a mesma, «comprometendo-se a recusar colaborações com instituições culturais cúmplices israelitas ou a atuar em Israel, e apoiando a luta pela justiça e autodeterminação do povo palestiniano, reconhecendo que é o seu próprio direito à existência que está a ser negado por Israel». 

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