Ontem, quando o preso palestiniano Huthayfa Halabiyah cumpria 52 dias em greve de fome contra a sua detenção, sem acusação nem julgamento, pelas forças de ocupação israelitas, o movimento dos presos palestinianos convocou uma jornada de luta para esta quinta-feira, dia 22, tendo apelado, num comunicado, à participação dos palestinianos na Margem Ocidental ocupada, em Jerusalém, Faixa de Gaza cercada e na diáspora, informa a Samidoun – Rede de Solidariedade com os Prisioneiros Palestinianos.
Por seu lado, a organização prisional da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) exortou à participação nessas acções por toda a Palestina ocupada, em solidariedade com os presos, especialmente os que se encontram numa greve de fome por tempo indeterminado contra o referido regime de detenção administrativa.
Este regime de detenção foi introduzido na Palestina pelas forças coloniais britânicas durante o período do Mandato, sendo posteriormente adoptado pelo Estado sionista de Israel. De acordo com esse regime, os palestinianos podem ficar presos até seis meses, sem acusação formada ou julgamento, sendo que essas ordens são indefinidamente renováveis.
Oito prisioneiros palestinianos em greve de fome
Huthayfa Halabiyah foi encarcerado por Israel, em regime de detenção administrativa, a 10 de Junho de 2018. Entrou em greve de fome no passado dia 1 de Julho, para exigir a sua libertação. A Samidoun e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) sublinham que o seu estado de saúde é crítico, mais ainda quando requer cuidados médicos especializados, uma vez que já teve leucemia e, quando era criança, sofreu queimaduras graves na maior parte do corpo.
Também presos em regime de detenção administrativa, aderiram à greve de fome Ahmad Ghannam (há 40 dias); Sultan Khallouf (36); Ismail Ali (30); Wajdi al-Awawdeh (25); Tareq Qa'adan (23); Nasser al-Jada (16) e Thaer Hamdan (10).
Para «quebrar» a resistência destes presos, as forças israelitas têm-nos transferido repetidamente de uma prisão para outra, metem-nos na «solitária» e privam-nos do sono. Actualmente, dos mais de 5500 presos prisioneiros palestinianos nos cárceres israelitas, perto de 500 estão em regime de detenção administrativa.
O fim deste regime é uma das grandes reivindicações do movimento dos presos e a atestá-lo está o facto de mais de 50 presos palestinianos terem lançado «greves solidárias» com o intuito de pressionar as autoridades israelitas a acederem às exigências dos oito que estão em luta. De acordo com a Samidoun, mais prisioneiros ir-se-ão juntar «à batalha» nos próximos dias.
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