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Grandes mobilizações na Colômbia em defesa de mudanças estruturais

A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) considerou «importantes e grandiosas» as manifestações desta terça-feira, que acabaram fortemente reprimidas pela Polícia e o seu conhecido «corpo de elite».

Milhares de pessoas mobilizaram-se esta quarta-feira por todo o país sul-americano 
Milhares de pessoas mobilizaram-se esta quarta-feira por todo o país sul-americano Créditos / Radio Nacional de Colombia

As mobilizações de ontem, que coincidiam com o Dia da Independência, contaram com eventos culturais e artísticos, que também são formas de expressar a indignação dos colombianos contra o governo, afirmou Francisco Maltés, presidente da CUT e um dos porta-vozes do Comité de Greve.

O dirigente sindical, refere a Prensa Latina, fez ainda um apelo à participação nas manifestações previstas para esta quarta-feira, para acompanhar a estrega no Congresso dos dez projectos de lei «construídos de modo colectivo a partir das exigências expressas nas mobilizações dos últimos meses».

Com estas iniciativas, diversos sectores integrados no Comité pretendem um rendimento básico de emergência, um salário mínimo mensal por um período de um ano para 7,5 milhões de lares, bem como a gratuitidade universal para todos os estudantes na Educação Superior pública.

Exigem ainda o reforço da rede pública de saúde e a valorização do trabalho para enfrentar a pandemia; apoios para a reactivação económica das micro, pequenas e médias empresas e a criação de emprego.

Entre outros pontos, reivindicam também o apoio à reactivação do sector agropecuário; medidas para lutar contra a violência de género; garantias para o exercício do direito ao protesto pacífico; e a reforma da Polícia.

Denúncias de repressão policial em várias cidades

Apesar do apelo feito ao governo colombiano para que garantisse o direito à manifestação e evitasse a violência policial, nomeadamente pela Missão Internacional pelas Garantias para o Protesto Social e Contra a Impunidade, e dos alertas lançados pelo secretário-geral do Partido Comunista Colombiano, Jaime Caycedo, contra a criminalização da juventude no país sul-americano, em vários pontos as manifestações, em que participaram milhares de pessoas, foram abordadas com excesso de força e reprimidas.

De acordo com o Colombia Informa, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) atacou grupos de defesa dos direitos humanos e jornalistas no Bairro La Esmeralda, em Popayán, capital do departamento do Cauca.

Na cidade de Cáli, que ganhou o epíteto de «epicentro da repressão», o Esmad atacou as concentrações na conhecida Ladeira da Dignidade. Em Usme, Bogotá, os manifestantes, apesar da forte repressão, foram resistindo, revelou o Colombia Informa.

Na cidade de Medellín (departamento de Antioquia), Polícia e Esmad usaram armas não autorizadas como latas vazias de gás lacrimogéneo cheias com pólvora, perdigões, objectos metálicos e vidros, entre outras.

O Esmad atacou, inclusive, um concerto na zona de Parques del Río-Medellín, usando gás lacrimogéneo e bombas atordoantes contra as personas que ali se encontravam.

De acordo com a organização Temblores, entre 28 de Abril e 26 de Junho, registaram-se pelo menos 4687 casos de violência policial (sem incluir os desaparecimentos).

O organismo referido contabilizou mais de 80 homicídios, a maioria dos quais provocados pela Polícia¸ 1617 vítimas de violência física, 82 de agressões oculares, 228 de disparos de arma de fogo, 28 de violência sexual e 2005 detenções arbitrárias de manifestantes.

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