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Galiza: greve e mobilizações contra encerramento de lojas da Inditex

A CIG anunciou uma greve por tempo indeterminado contra a decisão do Grupo Inditex de encerrar estabelecimentos da Bershka em Pontevedra e Vilagarcía.

Trabalhadoras da loja da Bershka em Pontevedra em greve (imagem de arquivo) 
Créditos / CIG

De acordo com a Confederação Intersindical Galega (CIG), que também convocou uma greve contra o fechamento da loja da Massimo Dutti no centro comercial As Cancelas, em Santiago, o Grupo Inditex está a realizar um despedimento colectivo encoberto.

A paralisação, que tem início no dia 26, será acompanhada por mobilizações em ambas as localidades na província de Vigo: uma manifestação dia 27, às 20h30, em Pontevedra, e uma concentração em Vilagarcía (no mesmo dia e à mesma hora).

Segundo informa a CIG no seu portal, as greves e mobilizações têm como propósito denunciar a medida da multinacional, que vai afectar bastante as 21 trabalhadoras das duas lojas, com a empresa a propor recolocar seis delas em duas lojas de Vigo.

Responsáveis sindicais da CIG criticaram ainda o facto de as vagas a ser preenchidas contemplarem horários com menos horas do que as que as trabalhadoras têm actualmente e não permitirem a conciliação familiar dos funcionários.

«Trabalhariam menos horas, pelo que perderiam salário, e além disso não poderiam conciliar; o que é evidente é a Inditex pretende que as afectadas não aceitem a recolocação e optem por abandonar a empresa», disseram em conferência de imprensa.

Cartaz da CIG a alertar para os saldos de direitos nas lojas do Grupo Inditex

A empresa, explicaram, paga um subsídio mensal de deslocação no valor de 0,19 euros aos trabalhadores que aceitarem a transferência, mas apenas a partir do quilómetro 25, pelo que os funcionários de Pontevedra que fossem para Vigo receberiam pouco mais de um euro.

No caso de Vilagarcía, poderiam receber, no máximo, 90 euros por mês, porque esse foi o limite fixado num acordo assinado por CCOO e UGT com a Inditex a nível estatal sobre o processo de digitalização das vendas.

Trabalhadores não querem indemnizações, mas emprego com condições e salários dignos

Para justificar a medida e fechar a loja da Massimo Dutti, em Santiago, ou as da Bershka, em Pontevedra e Vilagarcía, a empresa apoia-se nesse acordo com CCOO e UGT, que «lhe permite fechar lojas não porque dêem prejuízo, mas para obter mais lucro à custa das trabalhadoras», denuncia a central sindical.

O acordo também lhe permite recolocar os funcionários em empresas do grupo dentro da mesma localidade ou transferi-los para estabelecimentos da mesma cadeia noutras localidades. Neste sentido, a CIG anunciou que vai exigir a recolocação ou que, em caso de transferência, a empresa pague uma compensação económica que impeça perdas de salário.

A organização sindical critica ainda a Inditex por estar a destruir emprego nas lojas e a precarizar as condições dos seus funcionários usando como desculpa a mudança de modelo de negócio acordada com CCOO e UGT, sendo que «o ano passado foi quando mais milhões de lucro obteve».

As representantes da CIG deixaram claro também que os trabalhadores recusam qualquer espécie de indemnização e que reclamam a sua recolocação, vendo garantidas as suas condições de trabalho e os seus salários.

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