|Cuba

EUA mantêm «inalterável o núcleo duro» do bloqueio

As medidas anunciadas recentemente pelos EUA, sendo positivas, mantêm o núcleo duro do bloqueio contra Cuba, afirmou Raúl Rodríguez, investigador na Universidade de Havana.

Cartaz em Cuba contra o bloqueio imposto ao país pelos EUA
Créditos / RT

O director do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos na Universidade de Havana lembrou que, nesse núcleo duro, se incluem a Lei Helms-Burton (posta em vigor por Bill Clinton em 1996) e a inclusão da Ilha arbitraria lista arbitrária dos estados patrocinadores do terrorismo.

Além disso, a Casa Branca não pôs de parte as decisões que mais consequências negativas trazem para a economia do país caribenho, notou Rodríguez.

Apesar disso, o investigador defendeu que as decisões agora divulgadas pelo Departamento de Estado, no sentido de facilitar as viagens e o envio de remessas para Cuba, bem como a ampliação dos serviços consulares de Washington em Habana, «vão na direcção correcta».

Em declarações à Prensa Latina, Raúl Rodríguez advertiu que ainda é preciso esperar pelas regulamentações específicas com vista à implementação das directrizes anunciadas, que podem estar sujeitas a variações em função do ambiente político.

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Mais de 400 personalidades pedem a Biden que levante o bloqueio a Cuba

Artistas, políticos, intelectuais, cientistas, ex-chefes de Estado do mundo subscreveram uma carta aberta ao presidente dos EUA, Joe Biden, para lhe pedir o fim do bloqueio e das sanções a Cuba.

A Assembleia Geral da ONU voltou a mostar uma oposição esmagadora ao cerco imposto pelos EUA a Cuba 
Os signatários afirmam que está na altura de acabar com o bloqueio e lembram a Biden que, no passado dia 23 de Junho, o mundo voltou a dizer «não» à política norte-americana Créditos / Twitter

A carta, intitulada «Let Cuba live» e publicada esta sexta-feira como um anúncio pago em The New York Times, está disponível na plataforma letcubalive.com e representa um apelo público urgente à desmontagem das «políticas cruéis» implementadas pela administração do ex-presidente Donald Trump, que acrescentou mais 243 novas medidas coercivas contra a Ilha.

«Parece-nos inconcebível, especialmente durante uma pandemia, bloquear intencionalmente as remessas e a utilização por parte de Cuba das instituições financeiras globais, tendo em conta que o acesso a dólares é necessário para a importação de alimentos e medicamentos», sublinha a missiva.

A carta aberta a subscrição já recolheu assinaturas de figuras prestigiadas, como o linguista Noam Chomsky, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, o intelectual argentino Atilio Boron e o também argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prémio Nobel da Paz.

Carta aberta hoje publicada no NYT, como um anúncio pago em página inteira 

Subscrevem igualmente o apelo contra o bloqueio o britânico Jeremy Corbyn, antigo líder do Partido Trabalhista, o português João Pimenta Lopes, deputado pelo PCP ao Parlamento Europeu, a reconhecida activista solidária norte-americana Gloria La Riva e o teólogo brasileiro Frei Betto.

Entre os signatários contam-se ainda os nomes de vários actores norte-americanos, como Danny Glover, Susan Sarandon, Jane Fonda e Mark Ruffalo, e de artistas de outras proveniências, de que são exemplo o cubano Silvio Rodríguez, a actriz britânica Emma Thompson, os brasileiros Wagner Moura e Chico Buarque.

Também subscrevem o documento vários jornalistas e organizações de diferentes âmbitos, como Codepink, Black Lives Matter, Answer Coalition, The Grayzone, o Movimento Rural dos Trabalhadores sem Terra (Brasil) e a Associação Intervenção Democrática.

«"Nós estamos com o povo cubano", escreveu você [Biden] a 12 de Julho. Se é assim, pedimos-lhe que assine de imediato uma ordem executiva e anule as 243 "medidas coercivas" de Trump», afirmam.

«Retome a abertura e comece o processo de acabar com o embargo», sugerem os subscritores ao presidente norte-americano, lembrando-lhe que, no passado dia 23 de Junho, a maioria dos estados-membros das Nações Unidas votaram pelo levantamento do bloqueio à Ilha.

Para os signatários, deve ser retomado o caminho promovido por Barack Obama, «ou, melhor ainda, iniciar o fim do bloqueio e normalizar inteiramente as relações entre os Estados Unidos e Cuba».

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Disse que o anúncio das novas disposições pode estar relacionado com críticas de personalidades da região ao facto de a actual administração norte-americana ter mantido a mesma política hostil e agressiva do período de Donald Trump (2017-2021), depois de Biden, na campanha eleitoral, ter prometido revertê-la.

«Talvez Washington queira limpar a sua imagem de agressor face ao impacto humanitário das sanções contra Cuba, mas as novas medidas mantêm a sua postura de impedir o governo cubano de obter fundos», explicou Rodríguez.

Para o investigador, os EUA procuram potenciar directamente o sector privado, que por sua vez poderia ser um agente de mudança a nível interno no país, sendo esse o objectivo primordial da Casa Branca.

Não há «mudança radical»

Ao participar esta terça-feira no programa de TV «Mesa Redonda», o vice-ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Carlos Fernández de Cossío, também considerou as decisões anunciadas como «um passo limitado na direcção correcta», na medida em que não alteram o bloqueio imposto por Washington a Cuba.

Estas supostas flexibilizações «não são sinal de uma mudança radical da política em relação a Cuba ou ao seu povo», disse, considerando que reflectem o fracasso da operação política e mediática financiada pelos EUA, bem como do reforço do bloqueio durante a pandemia de Covid-19, que provocaram os distúrbios em Julho do ano passado na Ilha.

O diplomata cubano destacou que as medidas anunciadas se apresentam como forma de «ajudar o povo cubano», quando aquilo que Washington antes decidiu foi «provocar escassez e penúria».

Fernández de Cossío disse que podem passar meses até que estas medidas sejam implementadas e, nesse sentido, pediu cautela «no momento de medir o seu alcance».

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O bloqueio imposto a Cuba é «criminoso, ilegal e ilegítimo»

Realiza-se esta segunda-feira, às 18h, junto à Embaixada de Cuba em Portugal, um acto público de solidariedade com o país caribenho e o seu povo, para reafirmar a exigência do fim do bloqueio.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA a Cuba Créditos / Celag

Sob o lema «Fim ao bloqueio dos EUA! Cuba vencerá!», a iniciativa tem lugar na Rua Pero da Covilhã, em Lisboa, e visa também reclamar às autoridades portuguesas «uma acção determinada» em prol da soberania e do direito do povo cubano ao desenvolvimento.

Deste modo, as organizações promotoras e todos aqueles que se associarem ao evento irão demonstrar mais uma vez que «Cuba e o seu povo não estão sós» – destaca o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) na nota de divulgação do acto solidário.

«O bloqueio económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América é criminoso, ilegal e ilegítimo», sublinha o texto, lembrando que o cerco, imposto há mais de 60 anos e por diversas vezes agravado, «procura atingir directamente as condições de vida do povo cubano e direitos tão fundamentais como a saúde, a alimentação ou o desenvolvimento».

Só entre Abril e Dezembro do ano passado – precisa a nota publicada na página de Facebook do CPPC –, o bloqueio provocou prejuízos superiores a 3,5 mil milhões de dólares à economia cubana, tendo ainda, no contexto da pandemia, dificultado o acesso do povo cubano a medicamentos e equipamentos médicos.

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Vice-presidente da AR condena bloqueio a Cuba

António Filipe, um dos vice-presidentes da Assembleia da República, condenou o bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba, que tem sido intensificado apesar da Covid-19.

António Filipe, deputado do PCP e um dos vice-presidentes da AR 
Créditos / Prensa Latina

Numa entrevista concedida ao jornalista Frank González, da Prensa Latina, António Filipe disse que, num momento em que «todos deviam estar unidos no combate à pandemia», Washington intensificou as medidas coercivas unilaterais contra a Ilha e «prejudicou muito gravemente o esforço comum que é preciso realizar sobre este assunto».

O jurista e professor universitário de 58 anos, deputado eleito pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1989, enalteceu a ajuda internacional prestada pelo país caribenho durante a emergência sanitária, algo que, disse, não só mostrou ao mundo a medicina cubana, mas também o trabalho solidário de Cuba para com muitos países.

«Ao nível dos profissionais da saúde, vimos que há situações de calamidade em países que necessitam de apoio médico e Cuba está na primeira linha, não apenas em países subdesenvolvidos, mas também em países europeus, como é o caso de Itália», referiu.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo», disse António Filipe ao referir-se ao recrudescimento do acosso ao país antilhano por parte dos últimos governos norte-americanos.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo»

Na conversa que manteve com a agência cubana na Assembleia da República, o deputado, que preside ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cuba, afirmou que a agressividade do imperialismo com todos os países não alinhados com o seu domínio é imensa, e reclamou da União Europeia (UE) uma maior desvinculação relativamente à política dos Estados Unidos.

Recordou que os países-membros da UE votam contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas e que empresas europeias mantêm relações económicas e comerciais com Cuba.

No entanto, insistiu, a UE deve ter uma maior autonomia política relativamente aos interesses norte-americanos na América Latina, o que favoreceria «um melhor desenvolvimento das relações de amizade e cooperação» com essa região.

No que respeita aos laços entre Portugal e Cuba, disse que o país europeu manteve uma política de abertura e cooperação em relação à Ilha, à margem de divergências políticas, e destacou como «um passo importante» a visita realizada a Havana pelo Presidente da República em 2017.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal»

Sublinhou, além disso, o bom estado das relações entre os parlamentos dos dois países, o que reflecte a relação de amizade existente entre os diferentes partidos políticos portugueses e Cuba, não apenas do PCP, apesar da diversidade de opiniões sobre o país caribenho e a sua vida política.

António Filipe enviou «um forte abraço de solidariedade e amizade para Cuba», que, no meio de «um cruel bloqueio», continua a ser uma grande referência para os progressistas de todo o planeta, que aspiram a um mundo mais justo e fraterno.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal, onde tem amigos que farão todo o possível para continuar a lutar contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos», frisou.

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O bloqueio, denunciam as organizações promotoras, é um instrumento que os EUA utilizam na sua política de imposição de uma "mudança de regime" em Cuba».

Essa política, «ilegal à luz do direito internacional», passa igualmente pela sistemática ingerência e campanha de desinformação, por tentativas de desestabilização, de impedir a acção das brigadas médicas internacionais cubanas ou de limitar a solidariedade internacional a Cuba, explica a nota.

«O bloqueio é uma forma particularmente cruel de agressão a que urge pôr cobro», defendem os promotores da iniciativa solidária que amanhã se realiza em Lisboa.

Nesse sentido, lembram que essa «justa exigência» tem vindo a ser afirmada há três décadas pela grande maioria dos países em sucessivas votações na Assembleia Geral das Nações Unidas. Na mais recente, este ano, 184 países votaram a favor do levantamento do bloqueio, EUA e Israel votaram contra e apenas três países se abstiveram.

«Cuba, sempre solidária, necessita da nossa solidariedade», afirmam os promotores, que, por isso, clamam: «Não faltaremos!»

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«O mais provável é que continue a ser aplicado o bloqueio, pelo que temos de o enfrentar com criatividade, inovação e resistência», frisou.

O Departamento de Estado norte-americano anunciou esta segunda-feira um pacote de medidas que flexibilizam algumas das 243 normas impostas pela administração de Donald Trump.

Estas incluem a eliminação dos limites de envios de remessas, o restabelecimento do programa de reunificação familiar, a autorização de voos charter e regulares para a Ilha, o aumento dos serviços consulares em Havana, a autorização de contactos profissionais e de âmbito educativo.

Estas e outras medidas, que ainda carecem de regulamentação efectiva, foram anunciadas como forma de «aumentar o apoio ao povo cubano […] (que) enfrenta uma crise humanitária sem precedentes». O que não se diz é que o cerco económico unilateral imposto por Washington é a principal razão dessa crise.

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