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A olhar para o mundo, solidariedade com Cuba reforçada no Brasil

Após três dias de debates, compromissos renovados e condenações ao bloqueio, terminou este sábado, no estado de Espírito Santo, a XXVII Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba (Conasol).

A XXVII Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba decorreu na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória Créditos / PL

Intervindo na jornada final do encontro, que decorreu na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória, o argentino Norberto Galiotti, da Rede Continental de Solidariedade com Cuba, denunciou o carácter criminoso do cerco norte-americano, bem como a inclusão da Ilha numa lista unilateral de países patrocinadores do terrorismo.

«Ambos são flagelos que devem ser repudiados em qualquer tribuna», afirmou Galiotti perante um auditório cheio, que respondeu com aplausos e gritando «Cuba sim, bloqueio não».

Também interveio o vice-presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), Víctor Gaute, que apelou a uma maior articulação e a multiplicar a solidariedade activa, recordando a frase de Fidel Castro: «Quem não for capaz de fazer coisas pelos outros não será capaz de as fazer por si mesmo.»

Por seu lado, Fernanda Tandim, coordenadora geral do evento e uma das figuras destacadas do movimento solidário no estado de Espírito Santo, anunciou a consolidação de uma rede de sindicatos brasileiros dispostos a canalizar doações, bens e todo o tipo de apoio concreto a Cuba.

Com a sala a gritar «Cuba não está sozinha», Tandim sublinhou que no encontro não acaba nada e que, pelo contrário, começa uma nova fase de «solidariedade consciente e organizada».

Outro orador – refere a Prensa Latina – foi Edival Caja, torturado durante a ditadura militar no Brasil e considerado uma referência no movimento de solidariedade no estado de Pernambuco.

Caja prestou homenagem à resistência da revolução cubana, lembrou que o país, a 90 milhas do império, «se manteve digno, humano e solidário com os povos do mundo» e definiu o exemplo cubano como «farol nas trevas da América Latina».

Três dias de trabalho para reforçar a solidariedade e defender a paz

A jornada deste sábado foi a terceira de um encontro marcado pela intensa agenda política, cultural e de formação, e no qual delegações de vários estados brasileiros, representantes sindicais e de movimentos populares partilharam as suas experiências e traçaram novas estratégias para reforçar a campanha internacional contra o bloqueio.

A importância de divulgar as conquistas da revolução cubana foi outro aspecto marcante no encontro, onde se defendeu a necessidade de desmontar as campanhas mediáticas de desinformação contra a Ilha.

Na sexta-feira, a convenção aprovou por unanimidade a declaração do Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros que declara a solidariedade inequívoca ao Irão e exige o fim dos ataques contra instalações nucleares para fins pacíficos.

O documento cubano – lido por Ivonne Souza, do movimento solidário com Cuba na Bahia e membro do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) – faz também um apelo urgente ao povo norte-americano, ao mundo e à ONU para que actuem com responsabilidade, ponham fim à agressão e acabem com a impunidade do regime sionista.

A abertura do encontro, na quinta-feira, ficou marcada pelo discurso do embaixador de Havana em Brasília, Adolfo Curbelo, que afirmou que «o povo cubano jamais esquecerá o apoio constante do Brasil nos momentos mais difíceis».

Curbelo lembrou acções concretas que marcam a relação fraterna entre os dois povos, nomeadamente durante a Covid-19 ou depois do impacto de dois furacões no Ocidente de Cuba, em 2024, em que a solidariedade brasileira voltou a estar presente, às toneladas.

O diplomata cubano fez também um retrato da complexa realidade económica e social do seu país, sem esconder dificuldades, mas reafirmando a confiança do povo nos seus dirigentes políticos e no legado do líder histórico Fidel Castro.

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