«Esta acção constitui um tratamento discriminatório contra Cuba, país que é membro de pleno direito e activo da OPAS», afirmou Tania Margarita Cruz, primeira vice-ministra de Saúde Pública, em declarações à Prensa Latina.
A vice-ministra cubana denunciou que o governo norte-americano «aproveitou a necessidade de uma autorização de viagem para me impedir de participar como chefe da delegação cubana no Conselho Director da OPAS, cujos trabalhos começaram esta segunda-feira».
Por via da recusa do visto, os EUA também impediram a presença de outro membro da delegação, explicou Margarita Cruz, que se encontra em Nova Iorque a integrar a comitiva que participa na 80.ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
«Longe de cumprir com as suas obrigações como país anfitrião, os Estados Unidos estão a aproveitar-se desse estatuto para tentar silenciar Cuba, cientes de que não têm motivos legítimos para discordar das nossas posições», acrescentou.
Cuba não é apenas um país activo no âmbito da OPAS, «é o país que mais contribuiu no hemisfério para garantir a cobertura de saúde a nível regional», enfatizou.
Milhares de médicos e profissionais cubanos – defendeu – prestaram e continuam a prestar cuidados de saúde na maioria dos países da região; além disso, milhares de médicos, licenciados e técnicos de saúde de países da América Latina e das Caraíbas, bem como dos Estados Unidos, foram formados em Cuba.
A responsável alertou que é absurdo privar a organização da presença e da participação directa de Cuba nas suas deliberações, quando Cuba tem tanto para contribuir em questões técnicas, estratégias e políticas de saúde.
«Há décadas que Cuba conta com políticas, estratégias e programas de saúde pública, com uma vasta experiência acumulada, que foram endossados e elogiados pela OMS [Organização Mundial da Saúde] e pela própria OPAS», disse.
O Conselho Director da OPAS reúne-se uma vez por ano. Os trabalhos da 62.ª reunião começaram esta segunda-feira em Washington (EUA) e terminam no próximo dia 3 de Outubro.
Ontem, o director do organismo, Jarbas Barbosa, apresentou o relatório anual (Julho de 2024 a Junho de 2025), destacando avanços importantes em áreas como a eliminação de doenças, cuidados primários e saúde digital.
No entender de Barbosa, isto evidencia que a acção colectiva pode melhorar a saúde e o bem-estar na região das Américas.
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