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Escritores cubanos homenageiam cineasta Alfredo Guevara

A União dos Escritores e Artistas de Cuba (Uneac) inaugurou na sua sede de Havana a Sala Alfredo Guevara, homenageando assim o destacado cineasta, intelectual e político cubano em ano de centenário do nascimento.

A sede da União dos Escritores e Artistas de Cuba em Havana passou a contar com a Sala Alfredo Guevara Créditos / PL

Fundador do Instituto Cubano da Arte e Indústria Cinematográficas (Icaic), da Cinemateca de Cuba e do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano, Alfredo Guevara (1925-2013) é um dos intelectuais – cineasta, crítico, ensaísta – mais destacados da Ilha no período subsequente ao triunfo da revolução.

A homenagem que a Uneac agora presta a Guevara insere-se na vaga de fóruns, ciclos e programações especiais que diversas entidades dinamizaram ou estão a promover para projectar a sua obra, pensamento cultural e figura revolucionária, por ocasião dos cem anos do seu nascimento (31 de Dezembro de 1925).

Desde quarta-feira, a sede da Uneac na capital de Cuba passou a contar com a Sala Alfredo Guevara, que, segundo foi referido por responsáveis, deverá ser um espaço para encontros virtuais e para conferências nacionais e internacionais.

A este propósito, Magda Resik, primeira vice-presidente da Uneac, disse à Prensa Latina que a homenagem está relacionada com o 65.º aniversário da fundação do Icaic e também com a entrega dos prémios Caracol 2025, que celebram o trabalho em cinema, rádio e televisão.

«Mestre de gerações e herói cultural»

Na abertura da sessão de homenagem a Guevara – o intelectual que esteve na origem da revista Cine Cubano e do Grupo de Experimentação Sonora do Icaic, em 1969 –, Miguel Barnet, poeta e escritor que preside à Uneac, destacou o seu percurso pessoal e profissional, tendo-se referido a Guevara como «mestre de gerações e herói cultural».

«Alfredo não era uma pessoa fácil; num dia, cumprimentava-te com um gesto surpreendente e no outro nem reparava em ti, mas nunca foi surdo aos problemas dos outros, principalmente quando eram de natureza ideológica», disse Barnet.

«Vivia na filosofia do fazer; acreditava no intelectual orgânico e no cinema de vanguarda; tudo para ele era arte e, se não havia arte, não se metia em discussões inúteis», afirmou.

«Conquistou os medíocres com o seu olhar incisivo e criou um novo cinema de conteúdo profundo e extremamente vanguardista. A sua obra é fundamental, e a União tem a honra de colocar o seu nome nesta sala», declarou o escritor.

Distinguido com os mais altos reconhecimentos em Cuba e no estrangeiro, Alfredo Guevara foi também professor emérito do Instituto Superior de Arte. 

Desde o final dos anos 60, colaborou com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como especialista em políticas culturais, tendo exercido também ali as funções de membro do Conselho Executivo e de representante de Cuba.

De acordo com a fonte, nas paredes da nova Sala Alfredo Guevara, há quadros dos pintores cubanos Roberto Diago, Moisés Finalé e Fayad Jamís, esperando-se para breve um retrato de Guevara.

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