Reformados, médicos, famílias com pessoas deficientes a seu encargo, actores e agentes culturais em defesa do teatro, mulheres contra a violência de género foram alguns dos sectores que se juntaram na mobilização desta quarta-feira, indica a Prensa Latina.
O denominador comum na habitual jornada de luta dos reformados foi a denúncia das políticas de austeridade levadas a cabo pelo governo, além de exigirem aumentos salariais, de prestações de reforma e de ajuda a pessoas com deficiência, de apoio a instituições de investigação, científicas e culturais.
O protesto, que reuniu dezenas de milhares de pessoas sob o lema «Contra a crueldade, a fome e o saque, nem uma reformada a menos», contou também com o apoio e a mobilização de diversas organizações sindicais, sociais e políticas.
Fazendo frente a mais uma poderosa demonstração de força policial, com vários corpos a blindarem o Congresso, os manifestantes juntaram-se em torno de um lema que aludia às mobilizações semanais de reformados e pensionistas, bem como ao décimo aniversário da primeira marcha feminista «Nem uma a menos», contra a violência de género.
A mobilização constituiu-se também como uma forma de pressão sobre o Congresso, para que debatesse e aprovasse um pacote de temas sociais importante, como o aumento das reformas ou o apoio à deficiência.
Congresso aprovou ajudas e aumentos a reformados
Com 142 votos a favor, 67 contra e 19 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou um aumento de 7,2% nas pensões de reforma, mais uma ajuda de 110 mil pesos (81 euros), ao cabo de oito horas de intenso debate, por iniciativa das bancadas da oposição.
Também estava em debate a aprovação de uma emergência nacional na deficiência – tudo medidas que só passarão a lei caso sejam aprovadas igualmente no Senado. Da parte governamental, já foi lançado o aviso de que, se o Senado carimbar as iniciativas agora aprovadas, o Poder Executivo as vetará.
A este propósito, a deputada Gisela Marziotta (Frente de Todos) disse que os membros do governo de Milei «odeiam os reformados, odeiam os estudantes das universidades nacionais, odeiam os médicos dos hospitais públicos. O verdadeiro programa político de Javier Milei é esse: o ódio como política», refere o Página 12.
Por seu lado, a deputada peronista Victoria Tolosa disse que «as ruas estão a exigi-lo, e não há pátria a bater nos reformados; há pátria a meter-lhes nos bolsos aquilo que vocês lhes tiraram».
Já o peronista de direita Miguel Ángel Pichetto disse que o governo deve começar a tomar nota do mal-estar social e que «seria bom se reflectisse», porque «há uma realidade que começa a exigir respostas que a contenção da inflação já não alcança».
«Isto já eu o vivi», acrescentou, em alusão a governos que apenas prestam atenção à macroeconomia.
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