Os dados constam de um relatório da ONG Oxfam sobre as reformas fiscais propostas pelo presidente dos EUA e pela maioria republicana no Congresso. Nos sete anos em causa, as maiores empresas norte-americanas esconderam em subsidiárias suas sedeadas em offshore mais do que toda a riqueza produzida em Portugal no mesmo período (1,5 biliões de euros).
Essas 50 empresas, entre as quais se contam as tecnológicas Google, Apple e Microsoft, a petrolífera Exxon Mobil ou os gigantes da finança Goldman Sachs, JP Morgan Chase ou Citigroup, detinham 1751 subsidiárias em paraísos fiscais. Da lista consta ainda a dona da Lusíadas Saúde (gestora do Hospital de Cascais, em regime de PPP), a UnitedHealth Group.
No total, a organização não-governamental (ONG) calcula em 423 mil milhões de dólares (393 mil milhões de euros) a totalidade dos «descontos fiscais» de que estas empresas beneficiaram nos últimos sete anos. A taxa de imposto efectiva sobre os lucros foi de 25,9%, enquanto a taxa legal é de 35%.
No conjunto, estas empresas gastaram 2,5 mil milhões de dólares em lobbying junto do Congresso, nomeadamente sobre questões fiscais, 17 vezes menos do que foram recuperar em benefícios fiscais.
A Oxfam calcula que os planos de reforma fiscal actualmente em discussão possam garantir entre 312 e 328 mil milhões de dólares adicionais, nomeadamente através da redução dos impostos sobre o dinheiro colocado em paraísos fiscais.
As 50 maiores empresas norte-americanas cotadas em bolsa registaram 4,2 biliões de dólares entre 2009 e 2015, num período de profunda crise económica.
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