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Venâncio Mondlane veio a Lisboa fechar acordo com a extrema-direita

Do Chega ao Bloco de Esquerda, o ex-candidato presidencial moçambicano era visto como a alternativa a um presidente democraticamente eleito. Com afinidades já conhecidas com projectos reaccionários, Venâncio Mondlane veio a Lisboa fechar um acordo com o partido de André Ventura. 

Foi para fechar um «acordo a vários níveis» que Venâncio Mondlane veio a Lisboa. Para o efeito, o fundador da Aliança Nacional de Moçambique e ex-candidato presidencial do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que fez carreira no Movimento Democrático de Moçambique e na Renamo, decidiu que o seu parceiro ideal seria o Chega. 
Aplaudido por vários partidos portugueses como o Bloco de Esquerda, que levantou diversas suspeitas relativamente ao processo eleitoral moçambicano, era já público o apreço de Venâncio Mondlane a projectos de extrema-direita, nomeadamente através da solidariedade expressada a Jair Bolsonaro.

Mantendo-se coerente com as suas convicções, o ex-candidato presidencial fechou, então, um acordo com a extrema-direita portuguesa. O anúncio foi feito através da sua página no Facebook, numa publicação em que elogia o partido de André Ventura. Segundo a mesma, «de um lado André Ventura e, do outro, Venâncio Mondlane, ambos com suas equipas conversaram, longa e fluidamente, sobre temas mútuos aonde, por exemplo, concordaram que defender o sentido de pertença em cada cidadão para com a sua pátria, para além da questão do desenvolvimento da identidade de cada povo, são os gatilhos para que os cidadãos estejam em conexão com as actividades dos Estados e assim um engajamento nos temas da governação». 

Já André Ventura, nas suas redes sociais, publicou uma foto com o ex-candidato presidencial moçambicano com a seguinte descrição: «Encontrei-me hoje, na Assembleia da República, com o Venâncio Mondlane, rosto moçambicano da luta pela liberdade e contra os poderes instalados, num país de língua portuguesa dilacerado pela corrupção e pela criminalidade». 

Importa relembrar que, após a divulgação dos resultados eleitorais em Moçambique, Venâncio Mondlane procurou colocar em marcha um golpe de Estado e derrubar o presidente democraticamente eleito. Em Portugal multiplicaram-se as tentativas de apoio às acções golpistas e ingerência dos livres destinos moçambicanos, mas sem efeito. A reboque destas incursões vinha o ataque à Frelimo, partido histórico que combateu o fascismo e o colonialismo português. 

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