O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou na sua conta de Twitter as mobilizações realizadas em várias cidades do país e noutras partes do mundo contra o bloqueio económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos.
Díaz-Canel referiu-se às caravanas realizadas em Bayamo, na província de Granma, e em Santa Clara, na de Villa Clara, bem como às que ontem tiveram lugar em vários pontos dos EUA, da América Latina, da Europa, África e Ásia para denunciar o bloqueio.
«Não nos vamos cansar de exigir o fim de uma política atroz e obsoleta», escreveu ontem o presidente cubano, lembrando que o país resiste ao bloqueio há 60 anos. O cerco unilateral foi oficializado pelo presidente norte-americano John F. Kennedy a 3 de Fevereiro de 1962.
Para denunciar a medida, que se mantém em vigor desde então, houve iniciativas em países como Argentina, Itália, Tunísia, El Salvador, Bolívia, Uruguai ou Estados Unidos.
Também no âmbito destas acções, o Instituto Cubano de Amizade com os Povos anunciou que está em marcha a campanha «Toneladas de Solidariedade contra o Bloqueio», lançada por 57 organizações que integram o Movimento de Solidariedade com Cuba no Estado espanhol.
Concentração em Miami
Por iniciativa do projecto Puentes de Amor, cubanos residentes nos EUA e cidadãos norte-americanos realizaram uma concentração em Miami para reivindicar o fim do bloqueio a que Washington recorre há seis décadas para tentar asfixiar o povo da Ilha.
Numa mobilização em que se ouviram palavras de ordem como «Cuba sim, bloqueio não», Carlos Lazo, coordenador da iniciativa, disse à Prensa Latina que a concentração em Miami servia também «para recordar o momento em que, há 60 anos, o presidente democrata John F. Kennedy oficializou o cerco unilateral» ao país caribenho.
O Puentes de Amor é um dos grupos mais activos do movimento internacional pelo levantamento de um bloqueio que sobreviveu a 11 administrações da Casa Branca, lembra a agência cubana, sublinhando que Joe Biden não alterou a política relativamente a Cuba, apesar de ter afirmado que, caso chegasse à presidência, reverteria as «sanções de Trump», que fez recrudescer o bloqueio durante o seu mandato.
Se foi um democrata, Kennedy, que deu dimensão legal ao bloqueio económico, comercial e financeiro contra Cuba, em 1962, foi também outro democrata, Clinton, que promulgou, em 1996, a chamada Lei Helms-Burton, endurecendo o seu alcance extra-territorial.