«Os BRICS [grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], acima de tudo, defendem a multipolaridade, o multilateralismo nas relações. Ao defender o multilateralismo, os BRICS opõem-se aos conceitos da Guerra Fria, e geram a possibilidade de uma ordem económica internacional mais justa, mais equitativa, que favoreça todos», sublinhou Miguel Díaz-Canel, citado pela agência Prensa Latina – com acesso ao canal RT en Español.
Para Díaz-Canel, Washington pretende manter o controlo total da economia mundial, apoiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), o que cria uma ordem «totalmente injusta, antidemocrática».
«Hoje, as relações internacionais no mundo assentam na política agressiva e hegemónica do governo dos Estados Unidos, que constantemente ergue muros, aplica sanções coercivas, chantagem, agressão, calúnias», disse o chefe de Estado cubano ao canal russo.
Denunciou, além disso, as pressões dos sucessivos governos da Casa Branca em relação a Cuba, através do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto.
«Cuba é um exemplo disso com o bloqueio e com a recusa de que Cuba possa realizar operações financeiras em dólar, que são perseguidas por instituições financeiras norte-americanas», disse.
Em seu entender, os planos do grupo dos BRICS vão promover o desenvolvimento de novas formas de relações económico-comerciais e contribuirão para o equilíbrio perante as forças de poder económico do país a norte.
O presidente cubano condenou ainda o recurso aos «golpes brandos» e à «judicialização da política» por parte dos Estados Unidos contra governos da América Latina, afirmando que é «uma crueldade e uma perseguição baseada na construção de mentiras, de calúnias, de falsos acontecimentos contra líderes da esquerda».
Nos 47 minutos da entrevista concedida à jornalista Aliana Nieves, que teve lugar no Palácio da Revolução, Díaz-Canel referiu-se ainda ao papel actualmente desempenhado por Rússia e China, frisando que são «uma preocupação para os Estados Unidos» pelo «papel relevante que têm na política internacional».
Destacou, além disso, o excelente estado das relações políticas entre Cuba e Rússia, o que permite uma maior cooperação comercial e financeira, e em sectores como o da energia.
Fez ainda referência – condenando-as – à «presença militar agressiva dos EUA» no Estreito de Taiwan e à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em direcção às fronteiras russas, bem como às medidas económicas que o Ocidente adoptou contra o gigante euroasiático.
Pode-se aceder à entrevista, na íntegra, por via do link https://vk.com/video-61174019_456254715.
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