Caterpillar encerra fábrica e despede 2200 na Bélgica

O gigante norte-americano anunciou, esta sexta-feira, que vai encerrar a sua fábrica em Gosselies (Bélgica), destruindo directamente 2200 postos de trabalho. Estima-se que mais de 6000 empregos sejam afectados pelo encerramento.

O encerramento da fábrica da Caterpillar em Gosselies, nos arredores de Charleroi (Bélgica), deve afectar, de forma indirecta, mais de 6000 pessoas
Créditoswsj.com

À decisão anunciada pelo grupo norte-americano de encerrar a fábrica que possui nos arredores de Charleroi centenas de trabalhadores responderam, na sexta-feira, com o bloqueio das instalações.

De acordo com o jornal belga Le Soir, o encerramento da Caterpillar Gosselies levará à destruição directa de 2200 postos de trabalho, mas terá ainda graves consequências para toda a região da Valónia, para a Flandres (também na Bélgica) e mesmo para o Norte de França, na medida em que muitos trabalhadores subcontratados dependiam da relação que mantinham com a fábrica.

Fontes sindicais referem que, no total, mais de 6000 empregos devem ser afectados pelo encerramento anunciado. Os sindicatos apontam o dedo à empresa, tendo em conta que a Caterpillar Gosselies já fora alvo de uma reestruturação, em 2013, «com o objectivo de diminuir os custos», que implicou o despedimento de 1400 trabalhadores e a «flexibilização» na organização do trabalho.

Plano de reestruturação

Num comunicado, a empresa anunciou que pretendia transferir a produção de Gosselies para outros centros fabris, nomeadamente para Grenoble (França). A decisão enquadra-se num plano de reestruturação do grupo Caterpillar, que em 2015, alegando perda de receitas – reviu a previsão de receitas de 49 mil milhões de dólares para 48 mil milhões de dólares –, anunciou a eliminação de 10 mil postos de trabalho até 2018.

Protesto do GUE/NGL

Thoomas Händel, do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), denunciou o encerramento anunciado pela Caterpillar e o consequente despedimento colectivo de 2200 trabalhadores.

Numa declaração, o deputado alemão considera que a medida reflecte a busca de lucro de uma empresa que não enfrenta dificuldades (no primeiro trimestre de 2016, declarou lucros operacionais de 785 milhões de dólares) e afirma que se trata de uma ofensa aos «2200 trabalhadores belgas que vão perder os seus postos de trabalho em Abril de 2017 e que, durante meses, receberam salários mais baixos para salvar a fábrica».

Neste sentido, o representante do GUE/NGL pediu à União Europeia que intervenha urgentemente de forma a proteger os trabalhadores europeus e expressou a sua solidariedade aos trabalhadores afectados.

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