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|Bolívia

Bolívia consolida processo de industrialização do lítio com acordos

O presidente boliviano, Luis Arce, afirmou esta quinta-feira que a indústria do lítio no país se consolida com os acordos firmados com empresas da Rússia e da China, no valor de 2,8 mil milhões de dólares.

O Salar de Uyuni possui as maiores reservas conhecidas de lítio no mundo
O Salar de Uyuni possui as maiores reservas conhecidas de lítio no mundo Créditos / Wanderlust

Arce disse que duas empresas, uma russa e outra chinesa, vão participar na exploração do Salar de Uyuni e no de Pastos Grandes, ambos no departamento de Potosí, com tecnologia de extracção directa de lítio (EDL).

«Hoje, também estamos a consolidar o processo de industrialização do nosso país. Em Janeiro, tínhamos assinado um acordo de investimento com o consórcio [chinês] CBC por 1,4 mil milhões de dólares», afirmou num breve discurso em La Paz.

Acrescentou que existe um contrato com cada uma das empresas para chegar a mais 1,4 mil milhões, aproximadamente, «pelo que, entre Janeiro e Junho deste ano, a Bolívia firmou acordos por 2,8 mil milhões para a industrialização do lítio», destacou, citado pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

Os acordos foram alcançados com a empresa Citic Guoan, pertencente ao Citic Group, da China, e a empresa Uranium One Group, pertencente à Rosatom, da Rússia, numa cerimónia pública na Casa Grande do Povo, em que esteve presente o chefe de Estado.

Na ocasião, Arce lembrou que a Bolívia é o país onde existem as maiores reservas de lítio conhecidas no planeta, pelo que a sua industrialização se torna necessária, pois o mundo avança «a passos de gigante» na transformação da tecnologia energética.

«O lançamento que hoje fazemos tem uma importância singular, a economia do país não pode parar e não pode depender apenas de um produto», sublinhou Arce, acrescentando que o país sul-americano está a construir «uma economia de base ampla», para não depender exclusivamente dos hidrocarbonetos.

«Com isto, estamos a dar um sinal claro de que o governo boliviano não só se preocupa com a economia dos bolivianos, mas também cuida dela», afirmou o presidente.

Luis Arce disse ainda que, até ao momento, há quatro empresas com o encargo de industrializar este mineral – conhecido como o «ouro branco» –, tanto estrangeiras como a estatal Yacimientos del Litio Bolivianos (YLB), nos diferentes desertos de sal (ou salares) com que o país conta.

Assinatura dos acordos para a industrialização do lítio na Bolívia / ABI/Comunicación Presidencial

Além disso, fez questão de deixar claro que «não se permitirá que questões políticas afectem a economia dos bolivianos» e que, por isso, se vai continuar a trabalhar para dar certezas ao povo, tendo por base o compromisso de industrializar o lítio assumido na campanha eleitoral de 2020.

De acordo com Luis Arce, existe bastante interesse da parte de empresas estrangeiras em investir neste processo, pelo que o governo boliviano irá procurar garantir maiores investimentos.

Acordos permitem acelerar processo de industrialização

Destacando que o processo de industrialização é dirigido pela empresa estatal boliviana, o presidente da YLP, Carlos Ramos, disse que estes dois acordos o vão permitir acelerar e levar para um «ponto-chave», até porque se trata de empresas «muito importantes a nível mundial» e «bastante reconhecidas na área dos recursos energéticos».

Outro aspecto sublinhado por Carlos Ramos, indica a ABI, é que ambas aceitaram as condições que a YLB determinou para «o modelo de trabalho soberano da industrialização do lítio boliviano».

Maiores reservas conhecidas de lítio

Estima-se que mais de 50% dos depósitos de lítio a nível mundial se encontram no chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – e é nos desertos montanhosos de Potosí e Oruro, na Bolívia, que existem as maiores reservas conhecidas de lítio.

O governo de Evo Morales assumiu uma posição de cautela com estas reservas, deixando claro que o precioso recurso não devia ser entregue às multinacionais, que os lucros deviam partilhados com o povo boliviano e que qualquer acordo deveria passar pelas empresas estatais.

Com Evo Morales, o objectivo era não a exportação da matéria-prima, mas assumir o processo de industrialização no país – algo que já estava a avançar, com YLB a fabricar baterias de lítio e mesmo um carro eléctrico, em parceria com a empresa alemã ACISA.

É esse processo, travado pelo golpe de Estado de Novembro de 2019 e pelo governo golpista liderado por Jeanine Áñez, que o governo de Luis Arce está a reactivar, procurando tecnologia e investimento estrangeiros, mas deixando claro que os recursos naturais estão ao serviço do país e do povo boliviano, nomeadamente para erradicar a pobreza e aumentar a soberania.

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