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Atentado bombista mata conhecido bloguista russo

Explosão de bomba durante um evento num café de São Petersburgo matou um correspondente de guerra e feriu mais de duas dezenas de pessoas entre os assistentes.

Membros de equipas de emergência no local onde uma explosão vitimou o bloguista e correspondente de guerra russo Vladlen Tatarsky. São Petersburgo, 2 de Abril de 2023
Membros de equipas de emergência no local onde uma explosão vitimou o bloguista e correspondente de guerra russo Vladlen Tatarsky. São Petersburgo, 2 de Abril de 2023Créditos / AP News

Um conhecido bloguista e correspondente de guerra russo morreu este domingo, vitimado pela explosão de uma bomba durante um encontro com os seus leitores num café junto ao rio Neva, no centro de São Petersburgo.

A explosão, que destruiu totalmente o local do evento e espalhou estilhaços a 15 metros de distância, causou ainda 32 feridos entre os assistentes, 10 dos quais inspiram cuidados, segundo fontes do Ministério da Saúde da Rússia.

Vladlen Tatarsky, pseudónimo literário de Maxim Fomin, tinha mais de meio milhão de seguidores num canal do Telegram em que acompanhava, a partir da linha da frente, as hostilidades na região do Donbass.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, numa declaração emitida sobre o crime, declarou que «os jornalistas russos estão constantemente sujeitos a ameaças de represálias por parte do regime de Kiev e seus inspiradores» e a comportamentos de «caça às bruxas» por parte dos meios de informação ocidentais», perante a «displicência tácita de relevantes estruturas internacionais», que em seu entender «não podem ser interpretadas como conciliadoras mas como cúmplices»

O Comité Investigativo da Federação Russa abriu um inquérito sobre o assassinato de Vladlen Tatarsky. Entre os principais suspeitos do atentado encontram-se a russa Darya Trepova e o seu marido, Dmitry Rylov. Ambos estão em fuga e são procurados pela polícia.

Estado do café após o atentado que vitimou o bloguista Vladlen Tatarsky, em São Petersburgo, a 2 de Abril de 2023 Créditos / Izvestia

As circunstâncias do atentado

Tatarsky deslocou-se a São Petersburgo a convite do Cyber Front Z – um grupo de cibernautas pró-russos – para participar no seminário «Existe tal profissão – correspondente de guerra», sobre a sua experiência jornalística em teatro de combate.

O local da sessão foi o café Streetfood Bar n.º 1. O espaço, que pertenceu a Yevgeny Prigozhin, fundador da empresa de mercenários Wagner, foi por este cedido ao Cyber Front Z para iniciativas do grupo.

O evento começou às 17h (hora local), com entrada livre e com uma segurança que a própria organização, em declarações recolhidas pela AP News, reconheceu ser deficiente.

A explosão ocorreu às 18,15h (hora local, duas horas mais tarde em Lisboa) e foi captada por câmaras no exterior do café, com estilhaços a espalharem-se por uma área de 15 metros quadrados. O interior do estabelecimento ficou destruído.

A causa provável da explosão, de acordo com várias fontes e testemunhos, terá sido uma bomba escondida num objecto decorativo levado para o palco por uma das participantes na sessão, que o ofereceu a Tatarsky. O momento da entrega foi registado em vídeo por participantes no seminário, cinco minutos antes da detonação.

Testemunhas relataram que uma jovem mulher, que se apresentou como Nastya e estudante de Belas-Artes, ofereceu a Tatarsky um busto em gesso do autor, que este acabou por colocar numa mesa próxima de si, depois de um diálogo bem-humorado sobre a suspeita de a peça poder ser uma bomba.

Alguns minutos depois, ainda segundo testemunhas, a mulher levantou-se e saiu da sala, deixando o telefone na mesa onde se encontrava. Pouco depois deu-se a explosão.

Polícia tem suspeitos

Nastya verificou-se ser um nome falso. A suspeita do atentado é Darya Evgenievna Trepova, de 26 anos, estudante de Medicina de São Petersburgo que, com o seu marido Dmitry Rylov, participou em manifestações contra a invasão russa da Ucrânia, tendo chegado a ser presa.

Uma amiga da suspeita, Júlia, declarou à polícia que Trepova vivia com dificuldades mas que o ano passado deixou o emprego onde trabalhava e foi para Moscovo, onde se registou como empresária e passou a viver desafogadamente. Durante seis meses terá estado na Geórgia, antes de regressar novamente a Moscovo.

À sua amiga Trepova confidenciou, neste fim-de-semana, que pensava deixar definitivamente a Rússia e partir para a Turquia e depois para a Ucrânia.

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