Só entre terça e quarta-feira, os ataques aéreos e de artilharia das forças sionistas provocaram mais de cem mortos e 253 feridos entre a população palestiniana na Faixa de Gaza.
A maioria das vítimas são mulheres e crianças, indica a agência Wafa ao referir-se às violações mais graves do cessar-fogo perpetradas pela ocupação.
Ontem de manhã, a Al Jazeera registou cerca de uma dezena de ataques sionistas em Khan Younis, no Sul de Gaza, levadas a cabo, alegadamente, como retaliação a ataques da resistência, que foram negados.
Neste contexto de ataques repetidos israelitas, a população de Gaza está a «perder fé» na trégua alcançada, temendo novos ataques e sentindo-se incapaz de retomar a vida interrompida pela ofensiva genocida lançada por Israel contra o enclave palestiniano em Outubro de 2023.
«Embora o cessar-fogo possa tecnicamente existir, os sons das explosões, os sons dos tiros vindos do Leste [de Gaza], o zumbido mecânico profundo dos drones… nos céus de toda a Faixa de Gaza são um lembrete constante de quão frágil este cessar-fogo tem sido até agora», afirmou Hani Mahmoud, da Al Jazeera, a partir da Cidade de Gaza, acrescentando que se trata também de «um lembrete de que a paz está fora do alcance nesta região».
Mazen Shaheen, residente no enclave, disse à cadeia árabe: «Estamos à espera de uma oportunidade real para tentar reconstruir as nossas vidas.»
Por seu lado, Hassan Lubbad sublinhou que «após o cessar-fogo e a nova vaga de bombardeamentos em Gaza, as pessoas que tinham acabado de começar a sentir alguma segurança, paz e tranquilidade – que acreditavam que a guerra tinha finalmente terminado – estão novamente a viver com medo, especialmente as crianças e as mulheres».
ONU condena ataques aéreos israelitas
Pela voz de Stéphane Dujarric, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou os recentes ataques israelitas, que provocaram mais de cem mortos entre a população palestiniana, «incluindo muitas crianças».
Em conferência de imprensa, o porta-voz do secretário-geral destacou a importância de respeitar na íntegra os compromissos assumidos pelas partes, bem como a necessidade de evitar quaisquer acções que ponham em risco os civis ou obstruam as operações humanitárias, refere a Wafa.
Netanyahu está a violar deliberadamente o cessar-fogo em Gaza
Em declarações à Al Mayadeen, um representante da resistência palestiniana acusou o primeiro-ministro israelita de estar a violar deliberadamente a trégua que resultou das negociações indirectas entre o Hamas e Israel.
O primeiro-ministro israelita «está disposto, com premeditação e malícia, a violar o acordo e a enviar uma mensagem de que o pode violar quando quiser», acrescentou.
Países como o Irão e o Paquistão, por intermédio dos seus ministérios dos Negócios Estrangeiros, condenaram de forma enérgica os novos ataques israelitas, sublinhando a gravidade da violação do cessar-fogo por parte de Israel e as responsabilidades particulares que detêm os países garantes da trégua para travar a guerra e o prolongamento do genocídio.
De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, a ofensiva sionista iniciada em Outubro de 2023 provocou pelo menos 68 643 mortos e 170 655 feridos entre a população palestiniana.
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