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|Venezuela

Ao sair da OEA, Venezuela abandona o «Ministério das Colónias dos EUA»

Milhares de pessoas celebraram em Caracas a saída da Venezuela da Organização de Estados Americanos, oficializada este sábado. A ANC deverá decretar 27 de Abril como Dia de Júbilo Nacional.

Milhares de pessoas mobilizaram-se este sábado em Caracas para festejar a saída da Venezuela da OEA e em defesa da soberania nacional
Milhares de pessoas mobilizaram-se este sábado em Caracas para festejar a saída da Venezuela da OEA e em defesa da soberania nacional Créditos / @jaarreaza

Para assinalar o facto de a Venezuela já não ser um Estado-membro da Organização de Estados Americanos (OEA), realizaram-se mobilizações em vários pontos do país, a maior das quais em Caracas, entre a Praça Morelos e o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No decorrer da mobilização, o titular desta pasta ministerial, Jorge Arreaza, declarou que a saída do país da OEA corresponde à vontade do povo venezuelano, uma vez que no organismo internacional – que classificou como «Ministério das Colónias dos Estados Unidos» – vários países se tornaram submissos aos interesses do imperialismo e, sob a batuta do seu secretário-geral, Luis Almagro, procuraram utilizá-lo para atacar a soberania venezuelana.

A Venezuela enfrenta «uma ameaça militar» dos EUA, que «querem dominar as nossas riquezas», alertou o chefe da diplomacia venezuelana, referindo-se às bases e aos exercícios armados de Washington em países que fazem fronteira com o seu país.

Na sua intervenção, Arreaza exortou a administração de Donald Trump a «abandonar a hipocrisia, levantar o bloqueio e devolver os bens ao povo», lembrando que a Casa Branca impôs sanções ao seu país com o objectivo de o impedir de aceder aos recursos monetários nacionais venezuelanos em contas no estrangeiro.

A este propósito, indica a Prensa Latina, Jorge Arreaza denunciou que actualmente há «mais de cinco mil milhões de euros» retidos em bancos estrangeiros, bem como o bloqueio que impede a compra de medicamentos e alimentos para a população – uma acção reconhecida explicitamente pelos EUA –, pelo que instou os venezuelanos a «estarem unidos e defenderem com a sua vida a independência».

«Festa da dignidade do país e dos povos do mundo»

Por seu lado, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Diosdado Cabello, ressaltou que a saída da OEA «é uma festa popular para a dignidade do nosso país e para a dignidade dos povos do mundo que hoje festejam connosco».

Neste sentido, anunciou que a ANC convocou para a próxima terça-feira uma sessão em que irá decretar 27 de Abril como Dia de Júbilo Nacional da Pátria Bolivariana. Perante milhares de pessoas, o também primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) sublinhou que a OEA se tornou «um instrumento para que o imperialismo se imponha aos países soberanos e independentes, os que não estão ao serviço do governo presidido por Trump».

«A OEA tornou-se uma latrina do imperialismo», denunciou Cabello, citado pela AVN. «Tornou-se um instrumento de repressão para os povos, de imposição das decisões imperiais aos povos pobres da América Latina e das Caraíbas, com a cumplicidade de algumas minorias, de governos de alguns países lacaios, arrastados, servis ao chefe do império», enfatizou.

«Não somos uma colónia norte-americana»

Na véspera da mobilização, outro dirigente do PSUV, Darío Vivas, disse à Venezolana de Televisión que a Venezuela ia enviar «ao mundo a mensagem de que é um país livre, digno e independente; não somos uma colónia norte-americana; acreditamos no projecto de Simón Bolívar, de Hugo Chávez, baseado na integração latino-americana e sem subordinação ao imperialismo».

A Venezuela formalizou junto da OEA, em Abril de 2017, o pedido de saída do organismo, que foi agora concretizada, passados os dois anos necessários à conclusão do processo.

Neste período, a Venezuela respeitou as formalidades próprias de um Estado-membro do organismo – como ontem sublinhou Jorge Arreaza –, mas a ingerência e os ataques à soberania do país intensificaram-se. A OEA tornou-se palco de uma agressão constante à Venezuela, liderada pelos EUA, membros do Grupo de Lima e o secretário-geral da organização inter-americana, Luis Almagro.

A mais recente destas manobras foi o aval dado pelo Conselho Permanente da OEA a Gustavo Tarre como representante da Venezuela no organismo – sendo que Tarre foi designado pela Assembleia Nacional – em situação de desobediência jurídica desde 2016 perante o Supremo Tribunal de Justiça – e pelo seu titular, o deputado Juan Guaidó, o autoproclamado «presidente interino» da Venezuela por indicação de Washington e dos seus aliados.

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