«Uma nova geração de historiadores do cinema, que emerge do campo da história social, tem trabalhado em questões como classe, género, etnia, religião, deficiência e saúde mental». É sobre a neurodiversidade que a nona edição do Porto/Post/Doc, festival dedicado à promoção do cinema documental contemporâneo, pretende reflectir.
«Desde os anos 90, os movimentos sociais associados às diferenças neurológicas têm vindo a florescer e contribuído para uma mudança do paradigma social», e o cinema não está ausente nessa dinâmica: «o aumento de manifestações socioculturais, onde o cinema tem particular lugar, que vão acompanhando esta tendência têm contribuído para o combate ao estigma, diminuição da ideia de cura ou vergonha e sensibilização para a valorização de competências associadas à diversidade humana».
Os responsáveis pela organização do festival definem a neurodiversidade como um «novo movimento sociocultural», na medida em que esta perspectiva «entende que não existe um tipo neurológico normal, mas antes um espectro de variações tão complexas e diversas como os genes, os ecossistemas ou as espécies».
O programa Neurodiversidade inclui os filmes: Jaime, de António Reis; Les enfants d'Isadora, de Damien Manivel; Pára-me de Repente o Pensamento, de Jorge Pelicano; Solo, de Artemio Benki; e Super Natural, de Jorge Jácome. Para além do ciclo de cinema, o tema será discutido no Fórum do Real.
O Porto/Post/Doc está de regresso à cidade do Porto entre os dias 16 e 26 de Novembro. Anunciado estava já o programa de foco Nós, a Revolução - Cinema e Política nas obras de Márta Mészáros e Miklós Jancsó.