Com versão cénica e direção de Cristina Carvalhal, o espetáculo parte da obra O Nariz de Cleópatra, de Augusto Abelaira, publicada em 1962, e acrescenta-lhe um toque contemporâneo com o subtítulo «pois claro!». Em cena até 5 de Outubro, esta produção encerra o ciclo de seis projectos apresentados pelo Teatro Nacional D. Maria II no Teatro Variedades em 2025, no âmbito da parceria entre as duas instituições.
A trama transporta o público para o século XXIII, quando a humanidade descobre a forma de regressar ao passado. Um grupo de aventureiros decide intervir na História para alterar o seu rumo: os Gregos acabam por perder a Guerra de Tróia, os Descobrimentos ganham uma segunda temporada, e o caos instala-se. No regresso ao presente, as personagens trocam de papeis e enfrentam a mesma insatisfação. Ulisses, agora acompanhado por um coelho falante, questiona: «Não seria mais fácil alterar o presente?».
Inspirada na célebre frase de Pascal - «Se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais pequeno, toda a face da terra teria mudado» - , esta sátira histórica e absurda explora os efeitos das pequenas decisões e a ironia dos grandes acontecimentos. «Queria muito trazer a peça [de Abelaira] para mais próximo de nós, sem apagar a sua essência», sublinha Cristina Carvalhal. «O humor é uma forma prazerosa de nos fazer pensar. E o absurdo é um terreno difícil, porque sai da lógica, exige mais criatividade. Esse é o desafio».
O elenco conta com Alberto Magassela, Ana Sampaio e Maia, Carla Maciel, Heitor Lourenço, João Grosso, José Neves, Manuela Couto, Nuno Nunes e Sílvia Filipe. O espetáculo terá audiodescrição nos dias 26 e 28 de Setembro e interpretação em Língua Gestual Portuguesa no dia 28 de Setembro, reforçando o compromisso com a acessibilidade.
A sessão inaugural será antecedida pela entrega da 6.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II, distinção que celebra anualmente jovens talentos do teatro português.
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