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O Futuro está por escrever – 20 anos da morte de Joe Strummer

O papel revolucionário de Joe Strummer, que dizia sempre que o futuro estava por escrever, foi esse: o de levar para todo o mundo um movimento artístico que era simultaneamente um dos mais ruidosos instrumentos de combate político.

Joe Strummer, dos The Clash 
CréditosSimon Reeves

A confusão entre indulgência e comodismo é uma das mais frequentes na nossa fuga ao confronto. Poderíamos, de resto, assumir que é nesta confusão que melhor sobrevive a opinião dominante atual, para a qual o confronto, sobretudo político-ideológico, é de fugir quando não se está atrás de um ecrã.  Ouvimos, com facilidade, dizer que não tem de ser tudo política e sentimos o incómodo em conversas que nos obrigam a um posicionamento inequívoco.

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As boas pessoas fazem coisas boas

Ser bonzinho, aos olhos da avó, é suficiente para legitimar as opções políticas do social-democrata e do liberal que se preocupam sempre com «as pessoas».

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

É quase um lugar-comum dizer que os lugares-comuns são comuns por alguma coisa. Mas o valor que atribuímos a certas ideias consolidadas só funciona no limite da conveniência. É como se o nosso autoconceito vivesse e se validasse nos padrões consagrados pela tradição oral e moral, conforme a circunstância. É o chamado relativismo moral. Não é certo que o resultado do nosso autoconceito esteja, assim, muito perto da realidade. E é nessa eventual fantasia que vamos sobrevivendo, uns mais do que outros, sabe deus como!

A função dos lugares-comuns devia ser, no entanto, sintetizar a experiência civilizacional para evitarmos complicar mais as nossas relações. Ao mesmo tempo, superar os lugares-comuns com uma atitude transformadora, revolucionária, é uma necessidade que devemos sentir todos os dias, para que não fiquemos demasiado agrilhoados a essa tal fantasia que temos de nós e do que nos rodeia. Nem sempre é confortável, mas é importante.

Um dos grandes confortos que temos na vida é a certeza de que somos boas pessoas. Tudo o que fazemos é bem-intencionado. Mas a única circunstância em que repetimos esse velho aforismo de que «de boas intenções está o inferno cheio» é quando nos referimos aos outros. Curioso critério.

As vantagens de olhar para ele em forma de autocrítica eram imensas, mas isso implicaria assumir as consequências das nossas ações e omissões e o valor daquilo que consideramos serem boas intenções. A cobrir as boas intenções, como um manto especular, está sempre a ausência de envolvimento dos outros nos nossos planos. Contamos que o desencadear das consequências esteja protegido pelo sentimento generalizado e público de que somos boas pessoas e que não haja qualquer necessidade de discutir seja o que for.

Um dos exemplos mais esclarecedores destas dinâmicas é o do patrão que, com toda a honestidade, pede aos trabalhadores para sinalizarem a intenção de fazer greve com o único e bondoso propósito de organizar o trabalho. Os trabalhadores têm, claro, de confiar nas boas-intenções do patrão, o mesmo patrão que não aumenta salários porque «isto está difícil para todos», mas recolhe o lucro por ser um direito seu. É a imposição daquilo que entende ser seu por direito, sobre aquilo que é um direito dos trabalhadores. Dificilmente as boas intenções irão sobreviver a este conflito.

«Um dos exemplos mais esclarecedores destas dinâmicas é o do patrão que, com toda a honestidade, pede aos trabalhadores para sinalizarem a intenção de fazer greve com o único e bondoso propósito de organizar o trabalho.»

De resto, a política partidária está repleta de exemplos de bem-intencionados, sobretudo nas correntes social-democratas e liberais. Comecemos pelo sinal mais evidente: o representante partidário que adota para o seu modelo de comunicação a expressão «as pessoas». «As pessoas», que somos nós, são uma entidade abstrata, uma massa que, segundo o messias, tem uma consciência decidida por ele, uma vontade e uma perceção determinadas por ele.

A criatura no papel messiânico «fez tudo o que podia», pois tem sempre em conta «as pessoas». Mas «a realidade» não permitiu. E o que é a realidade para o bem-intencionado? É tudo aquilo que o faz decidir entre a sua agenda e as pessoas, sendo que as pessoas nunca poderão competir com a agenda do bem-intencionado, porque a decisão dele é bem-intencionada. Na política partidária é a isto que se chama demagogia, no seu pior sentido, no sentido da manipulação para esconder uma agenda ideológica, um mapa de opções políticas que serve um interesse diferente daquele que anuncia.

Vamos, assim, aceitar que não há mesmo mais nada a fazer, que quem detém o poder da decisão nada mais pode fazer, que quem está nesta relação de poder com algum aparente ascendente não podia ter envolvido a outra parte e, com ela, tentado uma solução que fosse, de facto, conjunta e que derrubasse outros interesses que não aquele que as massas manifestam como seu.

Vamos acreditar que as boas-intenções são suficientes para a determinação das nossas vidas, das nossas relações íntimas, sociais, culturais e económicas. Vamos tolerar a ausência do confronto, de discussão sobre o que são perspetivas individuais, carregadas de equívocos e autoconvencimento, e viver ao sabor do paternalismo alheio. Sim, vamos viver subjugados às posições unilaterais que escrevem em verso a lápis e gravam a tinta uma narrativa em prosa que justifica sempre as opções do seu autor.

«A criatura no papel messiânico «fez tudo o que podia», pois tem sempre em conta «as pessoas». Mas «a realidade» não permitiu. E o que é a realidade para o bem-intencionado? É tudo aquilo que o faz decidir entre a sua agenda e as pessoas (...).»

E é por isso que, de boas-intenções, está o inferno cheio – esse lugar que simboliza as consequências das nossas opções, mas que raramente nos serve de autocrítica. Porque as boas-intenções são alienadoras da responsabilização e do confronto connosco próprios. Até porque, como sugeriu Sartre, o inferno são os outros.

Para os sociais-democratas e liberais, por exemplo, o inferno são os sindicatos de classe, os partidos comunistas, o movimento de massas e todos aqueles que insistem em não acreditar na reforma das boas-intenções, na moderação e na tolerância com todos os espectros da política.

Ser bonzinho, aos olhos da avó, é suficiente para legitimar as opções políticas do social-democrata e do liberal que se preocupam sempre com «as pessoas». Mas quando cortam na pensão das pessoas, quando recusam aumentar os salários das pessoas, investir e robustecer o Serviço Nacional de Saúde ou taxar lucros extraordinários, o social-democrata e o liberal dão prevalência às contas certas e às exigências, não das pessoas, mas de outros interesses.

E acreditem, isto custa-lhes imenso, nem dormem de noite com a angústia. Acreditem, porque são mesmo boas pessoas.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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Na época que vivemos, a ortodoxia passivo-agressiva dos autoproclamados moderados tenta retirar das diversas dimensões da vida o conjunto de opções que define aquilo que é ideologia. Mas como isso implica assumir uma posição estruturada, é mais cómodo negar a existência de uma opção política naquilo que fazemos e dizemos e acolher o “bom senso” como influência central da nossa forma de ver o mundo. O resultado é o triunfo da opinião dominante determinada pelo poder dominante.

Se isto hoje é visível em áreas como a saúde ou os transportes (nas quais vai crescendo a ideia de que entregá-las a privados não é ideologia, é pragmatismo), nas artes, a despolitização da criação artística e da sua divulgação, é uma discussão que vem de longe. Em Portugal, podíamos começar pela polémica entre neorrealistas e presencistas, sobre o papel da arte no combate político e na representação do real.

Se no início era claro o posicionamento político dos neorrealistas, da sua génese materialista-dialética, hoje, com todos os intelectuais, escritores e artistas desaparecidos, torna-se fácil para a opinião dominante no mundo das artes e letras desvalorizar, relativizar e até branquear a intenção política de quem já não está cá para a defender. Esta posição encontra obstáculos nalguma ensaística sobre o tema, mas começa cada vez mais a ter prevalência na opinião pública.

Sobre os neorrealistas, já ouvi, até, que eram militantes do “comunismo da época”, numa expressão sem rigor histórico, sem suporte em qualquer teoria política e branqueadora da luta dos povos pela sua libertação. Lembra um pouco a ideia da irreverência adolescente, aquela ideia de que há determinado tipo de coisas que são toleráveis quando somos jovens, que são próprias da idade, e no mesmo prato colocamos o furo nas narinas, as calças rasgadas e a indignação contra a ocupação da Palestina. Esta confusão é, de resto, bastante conveniente.

«Aos poucos, vai-se tentado despolitizar tudo, para que nada se oponha ao projeto liberal de esvaziar a sociedade de discussão político-ideológica, deixando a política apenas para o comentarismo e para quem tem paciência para o seu lado pueril.»

Aos poucos, vai-se tentado despolitizar tudo, para que nada se oponha ao projeto liberal de esvaziar a sociedade de discussão político-ideológica, deixando a política apenas para o comentarismo e para quem tem paciência para o seu lado pueril. Os irreverentes levarão o rótulo de um lirismo rebelde. Todos os outros serão congratulados e acolhidos no seio da moderação pela sua incrível tolerância. E é esta confusão que tem de ser combatida, porque nos torna atávicos e acomodados na desistência. Olhar para a arte de um ponto de vista meramente estético é um dos sinais que merece a nossa atenção e intervenção.

Se as décadas de 1930 e 40 foram muito relevantes para lançar este debate, os anos de 1970 também o foram. No final da década, com uma nova política liberal introduzida por Margaret Thatcher e uma resposta violenta do imperialismo estado-unidense ao socialismo noutras nações, o mundo viu nascer o movimento Punk e uma das manifestações mais viscerais da arte política. Uma das maiores parecenças que o Punk tem com o Neorrealismo é precisamente a disputa entre forma e conteúdo e aquilo que separava um movimento político de um movimento meramente estético e inconsequente. Esta clivagem entre duas intenções distintas ainda está presente sempre que o movimento é referido como um dos grandes instrumentos da luta de classes naquela década.

Há quem continue a insistir que o Punk foi só irreverência adolescente, como se todos os artistas vivessem à imagem dos Sex Pistols e do seu anarquismo estético. A mensagem política do Punk teve, nos filhos da classe trabalhadora, um reflexo, pela resistência e consciência de bandas como os The Clash ou The Stranglers.

20 anos após a morte de Joe Strummer (1952 – 2002), o criador dos The Clash, é cada vez mais urgente reivindicar esse legado político para que não se normalize a ideia de que as coisas não se misturam. Elas misturam-se na medida em que a arte também é um território de expressão da luta de classes. Para Strummer, nunca houve quaisquer dúvidas sobre isto, por mais que se comercializasse uma Should i stay or should i go nos lugares do entretenimento. O alheamento sobre o conteúdo da mensagem política não valida a ideia da inexistência dessa mensagem. Dar um salto lógico de não se ter interesse pela compreensão da mensagem política para a negação da arte enquanto terreno do combate político não transforma uma falsidade num facto. E se persistem essas dúvidas, então ouçamos o próprio Joe Strummer sobre a necessidade de prevalência do conteúdo enquanto fenómeno emancipatório.

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A música agora é outra

A partir das declarações de Pedro Adão e Silva conseguimos perceber o que é que o novo ministro da Cultura considera ser «a cultura»: uma conceção limitada, centralista, elitista e superficial.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A estreia de Pedro Adão e Silva no palco parlamentar começou muito bem, com uma declaração reveladora sobre a precariedade na Cultura. O ministro, conhecido pela ocupação que faz dos seus tempos-livres (não apenas como cronista, mas como surfista e melómano popular), aplicou a fórmula TINA (there is no alternative/não existe alternativa) a todo o setor da Cultura, indo mais longe do que a própria TINA, defendendo que acabar com a precariedade, em muitos casos, não é desejável. 

Esta afirmação tem duas dimensões que é importante explorar. A primeira é a da conceção do que constitui a Cultura. A partir daquelas declarações conseguimos perceber o que é que Pedro Adão e Silva considera ser «a cultura». Trata-se de uma conceção limitada, centralista, elitista e superficial, em que a Cultura se restringe a um magma de criação artística e acesso, visível a olho nu.

A produção cultural, onde se encontra a esmagadora maioria do trabalho em Cultura, nem sequer entra nesta conceção, precisamente pela sua aparente invisibilidade. O apoio à criação artística é visto como a génese das necessidades da cultura e o acesso como o fim último da utilidade cultural.

Dentro desta lógica binária, ou há público ou o artista não come. Para que coma, é preciso ter uma certa liberdade contratual. O espírito neoliberal da conceção desta dinâmica é evidente e ajuda-nos a compreender que a continuidade da política do PS na pasta da Cultura foi assegurada. 

Tudo o que tenha a ver com a cultura de base das populações, com as dinâmicas e realidades do movimento associativo popular, das escolas de música, de dança ou de artes plásticas de origem popular e associativa, de fenómenos culturais de criação singular e específica de determinados territórios – tudo isso –, não cabe naquela conceção de Cultura. Como tal, exclui um conjunto substancial de protagonistas.

«O espírito neoliberal da conceção desta dinâmica é evidente e ajuda-nos a compreender que a continuidade da política do PS na pasta da Cultura foi assegurada.»

Uma segunda dimensão é a do trabalho. O trabalho em Cultura está essencialmente, como disse, na produção. Falamos de trabalhadores do audiovisual, de eletricistas, trabalhadores da limpeza, carregadores, transportadores, carpinteiros, pintores, produtores, aderecistas, roadies, tipógrafos, editores, tradutores, paginadores, designers, conservadores/restauradores, inventariadores, trabalhadores da comunicação e divulgação, rececionistas, projecionistas, arrumadores de sala, entre tantos outros.

«O fetiche do trabalho na Cultura não é um exclusivo deste ministro. Esta é, de resto, uma perspetiva comum, até em setores progressistas que olham para a Cultura como um fenómeno idílico de criação e expressão individual das sensibilidades e do conhecimento. Esta conceção [...] choca com a realidade do trabalho na Cultura – um trabalho como todos os outros, com as mesmas características essenciais, e que de fascínio tem muito pouco.»

Quem ouve Pedro Adão e Silva sabe que ele só ali está a considerar o criador artístico (enquanto indivíduo que trabalha com a criatividade) e a tal inevitabilidade do trabalho intermitente, daquele em que a precariedade é até desejável. De fora ficam, portanto, milhares de trabalhadores cujas funções diárias são executadas no setor da Cultura, em permanente precariedade, funções essas que possibilitam a criação e o acesso. Estes não são trabalhadores paralelos à cultura, trabalhadores associados. Estes são, objetivamente, trabalhadores da Cultura. 

O fetiche do trabalho na Cultura não é um exclusivo deste ministro. Esta é, de resto, uma perspetiva comum, até em setores progressistas que olham para a Cultura como um fenómeno idílico de criação e expressão individual das sensibilidades e do conhecimento. Esta conceção idealista choca com a realidade do trabalho na Cultura – um trabalho como todos os outros, com as mesmas características essenciais, e que de fascínio tem muito pouco. 

Lembremo-nos de 2020 e da rápida organização dos trabalhadores do audiovisual na exigência de medidas do governo para sobreviver ao confinamento e ao cancelamento de toda a agenda cultural. À tona veio uma realidade que há muito se agravava: para sobreviver, muitos trabalhadores têm obrigatoriamente de ter outros empregos. O trabalho na Cultura não só é precário como, em muitos destes casos, não é reconhecido.

Quando os espetáculos pararam e foi preciso encontrar alternativas perceberam-se bem as necessidades que todos os dias existem para materializar a criação artística e esperar pela presença do público. É tudo o que está entre estes dois momentos, que representa o grosso do trabalho na Cultura, que deve ser a prioridade de uma política para a Cultura: como é que asseguramos uma política cultural? 

É certo que o trabalho do criador artístico depende muito de um conjunto de opções públicas: a existência de equipamentos culturais, a descentralização, um movimento associativo robusto e participado, uma rede eficaz de equipamentos setoriais, uma política de serviço público nos media diferente, etc. Apesar de o apoio à criação artística e uma rede de proteção social aos artistas serem essenciais, o trabalho do artista não tem ascendente sobre todos os outros trabalhos. Aliás, como diria Mário Dionísio, numa sociedade socialista, idealmente, não existem pintores, existem pessoas que pintam. 

Para lutar por uma política cultural que sirva as necessidades reais dos trabalhadores e das populações é fundamental mudarmos a nossa perspetiva sobre aquilo que é a Cultura e libertá-la de um certo elitismo a que nos fomos habituando, mesmo quando não pertencemos a elite nenhuma. A Cultura não serve para nos sentirmos especiais e únicos. Se ela tem uma utilidade, certamente que não será a do preenchimento hedonista. 


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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A relativização do Punk enquanto movimento de consciência política teve, por isso, de ser feita por via do paternalismo e do apelo à maturidade. O impacte visual do Punk tinha, então, de ser ostensivo. Era preciso sair para a rua e estimular a cultura própria de uma juventude trabalhadora anticapitalista e anti-imperialista. Foi este fenómeno que se massificou em várias geografias, sobretudo em territórios onde a agressão imperialista mais se notava, como a América Latina.

O papel revolucionário de Joe Strummer, que dizia sempre que o futuro estava por escrever, foi esse: o de levar para todo o mundo um movimento artístico que era simultaneamente um dos mais ruidosos instrumentos de combate político. A juventudo reviu-se em Strummer, na necessidade do confronto, e percebeu que quando o terreno de combate é desigual, a nossa festa não pode ser só hedonista, que tudo o que fazemos é política, até o deslumbramento com o sucesso, como aconteceu com outros artistas que comprometeram uma luta pela qual, um dia, haviam dado a cara, colocando-se no papel de quem divide e sabota.

O comodismo precisa sempre de um abanão, para que não se confunda com indulgência. Relembrar e homenagear Strummer é lembrar a necessidade de uma criação artística de classe, que confronte o status quo, que ocupe o campo de batalha e contribua para a resistência a um modelo de alienação e exploração, na luta pela nossa emancipação. Seja o Punk, o Hip-Hop ou o Funaná, a cantiga é uma arma.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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