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|Sugestões culturais

Com arte e cultura também se combate a barbárie

Neste momento em que a perigosa situação mundial nos convoca, uma vez mais, para o combate firme ao fascismo e às suas diversas, enviesadas e novas expressões, as palavras de Eduardo Galeano presidem ao roteiro do mês.

Funeral dos sem-terra vítimas do Massacre de Eldorado doss Carajás, no Brasil. O candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, durante a recente campanha, defendeu publicamente os assassinos, classificando as vítimas como «gente canalha e vagabunda» (ver Leonardo Sakamoto, «O que foi o massacre dos Carajás, defendido por Bolsonaro»).
Funeral dos sem-terra vítimas do Massacre de Eldorado doss Carajás, no Brasil. O candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, durante a recente campanha, defendeu publicamente os assassinos, classificando as vítimas como «gente canalha e vagabunda» (ver Leonardo Sakamoto, «O que foi o massacre dos Carajás, defendido por Bolsonaro»). CréditosFonte: diariodocentrodomundo

Também eu, caro leitor, cara leitora, sinto às vezes essa coisa feia a que chamam inveja. Mas não tenho receio de o afirmar aqui, pois invejo, neste caso, um escritor muito admirado: o uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), que publicou, n’O Livro dos Abraços, este trecho que quereria ter sido eu a escrever.

Um texto («Os zés-ninguém») de que devo citar uma parte, neste momento em que a perigosa situação mundial nos convoca, uma vez mais, para o combate firme ao fascismo e às suas diversas, enviesadas e novas expressões. Até porque o fascismo, tal como no tempo de Hitler e Mussolini, continua a saber jogar, e bem, o jogo formal das «democracias». E quanto mais essas auto-proclamadas democracias se apresentam diminuídas e mutiladas (como na Polónia, na Hungria, em Israel, no Brasil…), melhor a serpente se desenvolve. É lembrando o Brasil e Bolsonaro, é lembrando Erdoğan, Netanyahu, Orbán, Le Pen, Salvini, é lembrando a votação nas extremas-direitas sueca, holandesa, flamenga, austríaca, alemã, é lembrando Trump e tutti quanti, sem esquecer o governo fascista que hoje controla a Ucrânia com a bênção da União Europeia, é lembrando tudo isso, ou melhor, é lembrando as principais vítimas do fascismo, que devo citar este trecho de Galeano, o tal que eu gostaria de ter escrito:

Os zés-ninguém: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os zés-ninguém: os nenhuns, os ignorados, apertando o cinto, morrendo a vida, fodidos, fodidíssimos.
Que não são, embora sejam.
Que não falam línguas, mas dialectos.
Que não professam religiões, mas superstições.
Que não fazem arte, mas artesanato.
Que não praticam cultura, mas folclore.
Que não são seres humanos, mas recursos humanos.
Que não têm cara, mas braços.
Que não têm nome, mas número.
Que não figuram na história universal, mas nos casos do dia da imprensa local.
Os zés-ninguém, que custam menos do que a bala que os mata.

Encontra, cara leitora e caro leitor, o texto integral na p. 71 de O Livro dos Abraços, que a Antígona editou em Março de 2018, com ilustrações do próprio Galeano e em tradução de qualidade de Helena Pitta. Uma leitura que vivamente se recomenda.

Grande música: Lisboa, Queluz, Porto

Lutar contra a ditadura terrorista do capital, que o fascismo é, significa lutar pela liberdade e pela democracia, mas também pela paz e pelo direito à criação e à fruição cultural e artística. Começando pela música, diria eu. Porque, sem música, a vida seria um erro. Assim o escreveu Nietzsche.

Ora, o arranque da nova época musical na Gulbenkian, em Lisboa, promete. Senão, repare: a 16 de Outubro, será possível escutar Liszt, Beethoven, Janáček, Débussy, Komitas, Ravel, no piano do talentoso e versátil Kirill Gerstein; a 19 de Outubro, a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção do violinista Pinchas Zukerman e com a colaboração de Amanda Forsyth (violoncelo), interpretará Mozart, Max Bruch e Brahms. A 26 e 27 de Outubro, Jaime Martin (maestro) e o grande violinista Sergej Krylov interpretarão a 5.ª Sinfonia de Beethoven e também, entre outras obras, Paganini, de cuja obra Krylov é reputadíssimo executante.

Atenção ainda à cativante programação das Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie, que se prolonga até 4 de Novembro, e cujos concertos incluem repertórios ajustados ao contexto histórico do Palácio, num percurso pelas sonoridades do período setecentista.

Mas, se se deslocar para o Porto, verá que a programação de arranque da Casa da Música não é menos sedutora. Atente no relevo de que os nomes de Mozart, Bruckner e Mahler desfrutam na programação e registe que, a 21 de Outubro, lá estará o grande Alfred Brendel. Cito a informação disponível: «Dez anos depois de encerrar uma brilhante carreira de concertista que se estendeu por seis décadas, Alfred Brendel regressa ao palco onde inaugurou a primeira temporada de piano da Casa da Música, em 2005. Recorrendo a exemplos tocados em palco e às suas interpretações registadas em disco, o lendário pianista austríaco revela alguns dos segredos que o tornaram uma referência mundial.» Imperdível, para qualquer músico ou melómano.

Mas saiba também que ainda está a decorrer, prolongando-se até 28 de Outubro, o «Outono em Jazz» da Casa da Música. Para os amantes do jazz, afigura-se muito aliciante esta programação. Entretanto, vá-se preparando para o magnífico ciclo «À volta do barroco», que se anuncia para o mês de Novembro, na Casa da Música.

Artes várias, na CMAS, em Matosinhos, em Gondomar, em Serralves

A Casa-Museu Abel Salazar é tutelada pela Universidade do Porto, sendo gerida com o apoio da Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar, instituição de Utilidade Pública desde 1996. Situa-se em São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos, caracterizando-se a sua programação cultural por uma atenção particular às artes plásticas e à sua relação com a ciência, prestando desse modo tributo ao grande intelectual, médico, investigador e artista perseguido pelo fascismo que foi Abel Salazar (1889-1946), muito admirado pelos escritores e artistas do neo-realismo português e apreciado por Álvaro Cunhal.

Recomenda-se não só uma visita a esta bela casa-museu – onde é possível ver pintura de Abel Salazar e muito mais –, mas também alguma atenção à programação, ainda que a página na Internet careça de alguma actualização. Permite, no entanto, fazer uma visita virtual à casa.

De 13 de Outubro a 14 de Dezembro, por exemplo, poderá ver «Complementaridades», exposição que configura «uma mostra simbiótica do entrecruzamento artístico na perspectiva conjunta de Susana Ribeiro, Paes Cardoso e José Ramada». A primeira enquanto autora de uma instalação, e Cardoso e Ramada enquanto fotógrafos. «Layers/on-site installation» é, por sua vez, o título da exposição concebida e produzida por Tom Stanley, artista plástico norte-americano e Professor Emérito da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Winthrop, na Carolina do Sul, que estará patente na Casa-Museu, até 27 de Outubro.

Outra instituição importante, a norte, é a Fundação Júlio Resende – Lugar do Desenho, em Valbom – Gondomar. Fica na margem norte do Douro bem pertinho de Campanhã, no Porto. Vale a pena admirar ou rever aí obras deste grande pintor portuense que foi Resende (1917-2011) e seguir a programação do Lugar do Desenho: exposições e outros eventos, sempre de interesse, num belo espaço que dispõe também de serviço educativo.

Não se esqueça, por outro lado, que no Museu de Serralves, do Porto, está a exposição de fotografias de Robert Mapplethorpe.

Clássicos do cinema, no Porto

Passando para o cinema, merece, por exemplo, atenção o 9.º Ciclo de Cinema, «Polígonos irregulares», na Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos, sempre às 21.15h, com uma breve apresentação precedendo cada filme. Ainda é possível ver: Sentimento, de Visconti (18 de Outubro), Sorrisos de Uma Noite de Verão, de Bergman (25 de Outubro), Charulata, de Satyagit Ray (8 de Novembro), Do Fundo do Coração, de Francis Ford Coppola (15 de Novembro), e Disponível para Amar, de Wong-Kar Way (22 de Novembro). O ciclo decorre no Centro de Cultura e Congressos, na Rua Delfim Maia, 405, no Porto.

Brecht em Almada e outros espectáculos: Lisboa, Porto, Évora

Confira também a programação teatral e não só dos teatros nacionais, sempre rica, nestes inícios de temporada, como acontece no Teatro Nacional São João, do Porto, e no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Mas eu daria um salto a Almada, para ver A Boa Alma de Sé-Chuão, de Brecht, encenada por Peter Kleinert, na sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, de 19 de Outubro a 11 de Novembro.

Não resisto a citar o início da apresentação: «Será que alguma vez se poderá satisfazer a ambição de ‘viver de forma decente’ ou ser uma ‘boa pessoa’? Será que é possível ser-se digno e ter sentido de moral, numa sociedade dominada pelo egoísmo, a corrupção, a exploração e a ganância? E será que querer ser-se bom constitui um objectivo legítimo, num mundo no qual os direitos não são igualitários? E enquanto uns gozam as suas posses, direitos e privilégios – tendo acesso à educação, à prosperidade e ao emprego –, outros vivem na exclusão, opressão, discriminação e escravatura?» Percebe a razão por que tem de ir ver?

Não se esqueça de consultar também a programação do CENDREV, em Évora, onde a 4 de Outubro estreou e se mantém até 28 de Outubro Fantasmas?, a partir de texto original de Eduardo de Filippo, em tradução de José Colaço Barreiros, com encenação e adaptação dramatúrgica de Pedro Estorninho. Mas experimente consultar outras propostas teatrais, nestes sempre activos palcos do sul, concretamente no Teatro Garcia de Resende, em Évora.

Sugestões político-culturais em Loures e no Porto

Antes, falei da luta pela paz e contra o fascismo, e referi de passagem o Brasil. Pois bem, Victor Alegria, editor e antifascista brasileiro de origem portuguesa, estará presente no ciclo «O Mundo que Vivi». A sessão realiza-se no dia 16 de Outubro, às 18 h, na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, que dá continuidade, deste modo, a um ciclo de tertúlias bem sucedido e já com alguma tradição.

Se tiver possibilidade, não perca, em Loures, o Encontro pela Paz que se vai realizar, a 20 de Outubro, no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, sob o lema «Pela Paz, todos não somos demais» – iniciativa do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) a que aderiram diversas organizações. É objectivo deste Encontro «debater e encontrar as respostas mais adequadas para enfrentar as sérias ameaças à Paz que, no momento presente, pairam sobre a Humanidade, e unir um conjunto cada vez mais alargado de vontades empenhadas numa clara e inequívoca posição pública contra a guerra e numa sincera determinação em defender os valores da Paz».

O Encontro tem início às 10.30 h e encerra às 17 h, e as intervenções e debates estão organizados em três sessões plenárias focando os temas: 1 - Paz e Desarmamento; 2 - Cultura e Educação para a Paz; 3 - Solidariedade e Cooperação.

Outra iniciativa, desta feita no Porto: Francisco Melo, das Edições Avante!, estará presente na FNAC da Rua de Santa Catarina, no dia 18, às 18 h, para um debate em torno do Manifesto do Partido Comunista (1848), de Marx e Engels, no quadro das comemorações do 2.º centenário do nascimento de Karl Marx e por ocasião dos 170 anos do Manifesto.

E, por último, livros: ficção, poesia, histórias para os mais novos

Tendo sugerido, no início, O Livro dos Abraços, de Galeano, mantenho-me no campo da ficção, para propor, desta feita, a leitura da mais recente criação de Germano Almeida (n. 1945), o notável escritor cabo-verdiano galardoado este ano, e bem, com o Prémio Camões.

O Fiel Defunto (Caminho, 2018) é um romance de vocação crítica, escrito com arte e sentido de humor (hilariante tem sido um dos adjectivos mais usados pelos recenseadores), sobre o qual afirmou o compatriota do escritor, Manuel Brito-Semedo, ser «a ‘efabulação da realidade’ sanvicentina e de Cabo Verde, do ponto de vista social, cultural e político», acrescentando que Germano Almeida, neste seu 18.º livro, troça de uma pequena burguesia tradicional e de alguns políticos oportunistas.

Sugiro-lhe que conheça também o último livro que, com a colaboração de Maria Kodama, Jorge Luis Borges publicou. Intitula-se Atlas (Quetzal, 2018), é ilustrado com fotografias e a cuidada tradução é de Fernando Pinto do Amaral. Trata-se, neste caso, da reedição de um belo pequeno livro de histórias muito breves, impressões, apontamentos, poemas, em torno de lugares míticos como a Irlanda, Istambul, Veneza, Atenas, Genebra, Reiquejavique, Madrid e muitos outros, mas sobretudo em torno das transfigurações e sonhos borgesianos e de alguns dos seus temas e motivos recorrentes (o labirinto, o tigre, etc.).

Acaba também de ser publicada a recolha Eu, Antonin Artaud (Sistema Solar, 2018), conjunto de textos fundamentais deste «suicidado da sociedade» que tendo estado, por pouco tempo, ligado à aventura surrealista, foi o autor de O Teatro e o seu Duplo. A tradução, sempre exímia, e a organização da edição da presente obra de Artaud (1896-1948) são da responsabilidade de Aníbal Fernandes.

Na poesia, merece destaque a recente publicação de uma antologia de Ron Padgett (n. 1942), poeta ligado à New York School, mas cujos laços anteriores com a beat generation de Kerouac, Ginsberg, Corso ou Burroughs não podem ser ignorados, conquanto o caminho de Padgett como poeta seja bem singular. Comprovam-no os marcantes poemas incluídos em Paterson, o belíssimo filme de 2016 de Jim Jarmusch, amigo do poeta. A antologia tem por título Poemas Escolhidos (Assírio & Alvim, 2018) e a introdução, selecção e tradução são da responsabilidade de Rosalina Marshall.

Outra antologia que reclama demorada atenção é a da magnífica poesia do argentino Roberto Juarroz (1925-1995), seleccionada e traduzida, com competência e visível paixão, por Rui Caeiro, Duarte Pereira e Diogo Vaz Pinto. O título, que corresponde a um verso de Juarroz, é todo um programa, bem difícil, para não dizer impossível, de resumir ou parafrasear: A Árvore Derrubada pelos Frutos (Língua Morta, 2018). «Trazer o horizonte ao nosso lado, / içá-lo na rua como uma bandeira, / incendiar com o seu corpo nu / o ar, o coração e as esquinas / e fechar as janelas para que não desapareça.» – assim principia um dos poemas (p. 59) deste grande inventor-de-linguagem que foi Juarroz.

Termino com dois livros para crianças que são, no fundo, para todos, pois não haverá leitor adulto e amante de literatura que a eles fique indiferente.

Em primeiro lugar, O Secador de Livros (Caminho, 2018): um conto em formato de álbum, de Carla Maia de Almeida, escritora de créditos firmados na área. As ilustrações são de Sebastião Peixoto.

À primeira vista, dir-se-ia ser uma narrativa sobre o amor aos livros e uma homenagem à literatura. E não deixa de o ser, é certo, mas é sobretudo a história bem concebida, e com graça, de um núcleo familiar, a família Bronca (um apelido a suscitar inferências), que engloba vários membros incluindo um gato. Um núcleo, pois, de gente e bicho que, ao dar efectivo e obsessivo uso aos volumes da sua biblioteca, acaba por ter de inventar uma máquina lavadora de livros e, depois, um «secador de livros», para que os títulos se não baralhem (o que acontecia quando saíam do aparelho «lavador de livros»). Não desejo continuar a resumir, mas sim dizer que a escrita de Carla Maia de Almeida é segura, fluente, divertida, fazendo bom uso da onomatopeia, da interjeição, do neologismo e de um registo coloquializante, susceptíveis quer de prender a atenção do leitor/ouvinte quer de o fazer sorrir ou mesmo rir. A prova de que é possível, com talento e humor, estimular o gosto e a curiosidade pelos livros sem rodriguinhos piedosos nem maçadores lirismos. As ilustrações de qualidade de Sebastião Peixoto e as palavras de Carla Maia de Almeida souberam completar-se mutuamente, configurando, desse modo, uma espécie de álbum narrativo, cuja história os desenhos das guardas ajudam a enquadrar e a compreender. Convidam, além disso, a uma exploração prévia, que pode ser enriquecedora, destes elementos peritextuais preliminares. Nem sempre de apreciação consensual, os olhos em forma de continhas pretas – marca de estilo e elemento que assegura unidade – são, no caso em apreço, intencionais e semanticamente relevantes, constituindo-se como traço identitário da família: gente, recorde-se, sempre de olhos bem abertos para os livros.


Segunda e última obra: O Solar de Berbiande (Xerefé, 2018), que representa – e não é pequeno acontecimento – o regresso de Pitum Keil do Amaral (n. 1935) à edição para jovens pela mão de uma ilustradora bem conhecida, Ana Biscaia.

O arquitecto, ilustrador, escritor e homem de teatro e de TV conhecido como Pitum, filho da grande Maria Keil e autor de um delicioso O Zbiriguidófilo e Outras Histórias (ASA, 1991) – livro para crianças e jovens de humor contagiante e infelizmente esgotado – envereda aqui pelo fantástico puro. Em O Solar de Berbiande, propõe uma história de fantasmas bem narrada e bem escrita, inspirada em aspectos da gramática do conto tradicional, mas na verdade um exemplo de narrativa fantástica que sabe agarrar o leitor e provocar-lhe a necessária tensão emotiva. Não podia Pitum Keil do Amaral ter encontrado melhor ilustradora para esta obra; recorrendo ao lápis de grafite e à aguarela, Ana Biscaia mostra sempre um traço seduzido pelo estranho e pela sua inquietante beleza. Um pequeno livro, preciosa e cuidada edição, que decerto não ficará esquecido nas estantes.
 

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