A peça de teatro Lano Kaj Neĝo (A Lã e a Neve, na língua esperanto) debruça-se sobre o romance de Ferreira de Castro, onde retrata as dificuldades e reivindicações dos operários têxteis do Interior durante a Segunda Guerra Mundial.
«Enquadrada nos anos 40 do séc. XX, durante o período da Segunda Guerra Mundial e com a ditadura em Portugal como pano de fundo, olha-se para a Serra isolada e para as condições precárias em que vivem aqueles serranos, e olha-se para o auge do mundo industrial e têxtil na Covilhã onde o trabalho se torna uma reivindicação social importante», lê-se na sinopse.
A peça acompanha o percurso de Horácio, desde pastor em Manteigas até alcançar o sonho de se tornar tecelão numa fábrica na Covilhã, onde se confronta com a dura realidade do operariado.
Sobre a escolha do esperanto, a ASTA recorda que a língua é referida na obra castriana através de um personagem emblemático e fulcral para a narrativa – Marreta, que se torna amigo de Horácio e representa a busca dos ideais progressistas que Ferreira Castro subliminarmente insere.
«Ferreira de Castro coloca-nos perante a busca incessante dos homens e das mulheres por melhores condições de vida, esperando que um dia chegue esse tal "mundo novo" a que todos aspiram», sublinha a companhia.
O coreógrafo e bailarino Miguel Pereira, que está actualmente em residência artística na Casa da Cultura de Famalicão da Serra (Guarda), é, segundo a ASTA, o «timoneiro deste projecto», cuja interpretação está a cargo de Bruno Esteves, Carmo Teixeira e Sérgio Novo.
A estreia acontece no próximo sábado, pelas 21h30, no palco do Cine Teatro de Gouveia, no distrito da Guarda. O trabalho vai estar em cena até 8 de Outubro em localidades como a Guarda, Covilhã, Beja, Porto, Vila Franca de Xira, Évora e Idanha-a-Nova.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui