A história de António Tereso confunde-se com a da resistência antifascista. Como tantos outros naqueles tempos, começou a trabalhar ainda criança, com apenas 12 anos, tendo ingressado mais tarde na Carris.
António Tereso assumiu um dificil, destacado e determinante papel na preparação e execução da fuga de oito camaradas (incluindo ele próprio) do Reduto Norte da prisão de Caxias.
Domingos Abrantes, um dos militantes que se evadiu de Caxias, recorda-o como militante e companheiro, lembrando o papel decisivo naquela acção quando «estava quase a sair em liberdade». «Na defesa dos interesses do Partido, António Tereso arriscou muito e continuou a servir o Partido», arcando ainda com o fardo de se passar por um «rachado» e de assim ser tratado pelos seus camaradas na prisão.
A fuga de Caxias figura como uma das mais espectaculares e importantes evasões dos carceres do fascismo. Tirando partido da confiança que o papel de «rachado» lhe possibilitou, Tereso fez o melhor uso de um carro blindado que Hitler oferecera a Salazar, e foi debaixo de fogo que rumaram à liberdade importantes dirigentes do PCP.
Domingos Abrantes destaca ainda o empenho, rigor e seriedade com que Tereso pautou a sua militância no PCP, quer no período em que foi forçado à clandestinidade, antes do 25 de Abril, quer depois como funcionário do Partido.
O corpo de António Tereso estará em câmara ardente na Casa Mortuária da Igreja de S.Francisco de Assis, na Av. Afonso III (ao Alto de S. João), amanhã, a partir das 10h. O funeral sai às 12h para o Cemitério de Barcarena onde o corpo será cremado pelas 12h30.
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