Nem os lucros de 756 milhões, conseguidos pelos trabalhadores da Jerónimo Martins em 2023, lhes granjearam, por parte do patronato, um maior respeito. É disso exemplo os «ataques permanentes aos direitos dos trabalhadores» que se verificam na loja do Pingo Doce de Celas, em Coimbra.
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) denuncia a «pressão constante no local de trabalho» que as mulheres trabalhadoras enfrentam quando informam as chefias de que «estão grávidas ou que foram mães», o que agrava a repressão de que são vítimas: tudo «para garantir que continuam a produzir os milhões de lucros que esta empresa gera».
A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, «põe em causa a saúde destas mulheres, mães, trabalhadoras — e, por consequência, põe em causa os direitos das crianças». O CESP destaca, na loja de Celas, as chefias que «dizem às trabalhadoras grávidas que a gravidez era um erro, sugerindo-lhes o aborto». Recentemente, uma trabalhadora terá sido «alvo de ameaça de mudança de secção por exigir exercer o seu direito à amamentação».
O mesmo se passa com uma trabalhadora com doença crónica, impedida pela doença, e por ordens médicas, de levantar pesos e que é, permanentemente, enviada para trabalhar no armazém. Tudo em nome da «produtividade e do rendimento». No dia 1 de Junho, dia da criança, o CESP vai realizar uma acção de denúncia às 14h, para denunciar os muitos abusos que se generalizaram na empresa.
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