A decisão de avançar para a greve surge como um último recurso dos trabalhadores e do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN). Contra a «discriminação» de que foram alvo, os funcionários da delegação do Algarve da Otis Elevadores, a maior multinacional do sector, com receitas superiores a 12 mil milhões de dólares em 2020, exigem o diálogo.
Os trabalhadores da multinacional norte-americana Otis Elevadores iniciaram uma greve de 24 horas, por decisão unânime tomada em plenários, em defesa de aumentos salariais. A greve foi convocada pelos sindicatos da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Elétricas (Fiequimetal/CGTP-IN) mas estão abrangidos pelo pré-aviso todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, como se esclarece num comunicado divulgado esta segunda-feira, com um pedido de solidariedade por parte dos clientes. A concentração, marcada para as 10h, contou com a presença de trabalhadores das várias regiões e também de Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN. A Otis Elevadores teve em 2019 mais de 51 milhões de euros de vendas e mais de 14 milhões de euros de lucros, refere o comunicado, acrescentando que, mesmo no contexto da pandemia, em 2020 os técnicos nunca deixaram de assegurar as manutenções dos equipamentos, enquanto centenas foram colocados em regime de teletrabalho. A exposição ao risco da Covid-19, em locais como hospitais, lares, centros de saúde, casas do povo, pousadas, entre outros, nunca foi devidamente compensada, denuncia a estrutura sindical. A actualização salarial aplicada, por acto de gestão, é uma média percentual com a qual os sindicatos não concordam, até porque muitos trabalhadores não terão qualquer aumento, à semelhança do que aconteceu com a distribuição de balanço da empresa. Por outro lado e, mais uma vez, há distribuição de dividendos entre os accionistas da Zardoya Otis. No comunicado da comissão intersindical assinala-se que os aumentos aplicados aos contratos dos clientes não reflectem os aumentos salariais dos trabalhadores, embora esta seja uma das justificações para a subida anual dos preços dos serviços. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Greve na Otis por melhores salários
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Em causa está a «redução unilateral do pagamento do trabalho em dias feriado», que a empresa se recusa, sequer, a discutir. Os trabalhadores só querem «regularizar o pagamento do acréscimo em dias de feriado e também do pagamento do referente às horas de descanso compensatório», que já era praticado anteriormente.
A intenção da greve, como afirma o comunicado do SIESE enviado ao AbrilAbril, é também a de não permitir que esta medida atentatória dos direitos dos trabalhadores «se alastre ao resto do país», onde, por enquanto, continuam a ser pagas as compensações devidas.
Nos dias 1, 8 e 25 de Dezembro e 1 de Janeiro de 2022, os trabalhadores do Algarve da Otis Elevadores estarão em greve «pelo pagamento de 150% do acréscimo remuneratório em dia feriado, conforme era praticado anteriormente nesta delegação», e continua a ser noutras zonas do país, assim como o pagamento no valor de 62 euros por cada 8 horas de descanso compensatório».
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