Como o nosso sistema económico está montado, a falta de um resposta em creches acaba por ter um «impacto directo na vida laboral dos pais» que, sem soluções apropriadas para deixar os filhos, «são obrigados, em muitos casos, a pedir reduções de horário de trabalho, com o consequente prejuízo financeiro pessoal, no presente e no futuro». Uma situação como esta agrava ainda a falta de mão de obra e a dinamização da economia que a direita tanto apregoa, refere nota da CGTP-IN/Açores.
O Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), liderado por José Manuel Bolieiro, «insiste em não criar uma rede pública de creches», uma solução defendida pelo Conselho Nacional da Educação para «garantir o acesso universal a esta resposta educativa e para combater as desigualdades sociais e educacionais». A central sindical recorda que a rede pública já foi proposta, nos Açores, por diferentes organizações e partidos: no último caso, na Assembleia Regional, a proposta do Bloco de Esquerda foi chumbada com os votos do PSD, CDS-PP, PPM, Chega e IL, com a abstenção do PS.
Mesmo o pouco que o Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM afirma estar disponível para fazer fica muito aquém das necessidades. Apesar de ter inscrito mais de 2 milhões de euros no orçamento para resolver o problema de falta de acesso às creches, «no primeiro semestre apenas haviam sido executados 200 mil euros». Em 2024 e 2025, o investimento estagnou, denuncia a CGTP-IN, «factos que demonstram a falta de vontade política e a incapacidade para dar resposta a um problema que atinge centenas de famílias» açorianas.
Cerca de 400 crianças açorianas não têm acesso a esta «resposta educativa essencial ao seu desenvolvimento social e cognitivo», agravando ainda a situação familiar e profissional de centenas de trabalhadores da Região, «que se vêem obrigados a escolher entre trabalhar ou deixar os seus filhos sem quem cuide deles».
«Anunciar verbas e não as executar é falhar com as crianças, com os pais e com os trabalhadores», afirma a CGTP-IN. «Os trabalhadores nos Açores exigem soluções reais, imediatas e duradouras, recusando as sucessivas promessas adiadas».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui
