Investigadores agendam protesto no Porto «pelo fim da precariedade na ciência»

A acção de protesto foi decidida pelos investigadores e bolseiros reunidos em plenário no I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, realizado no passado dia 2 de Março, no âmbito da campanha 20 anos, mais de 20 plenários, da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC).

Desemprego científico: uma política com quatro séculos!

Não sendo reconhecidos como trabalhadores, milhares de bolseiros de investigação, em todo o país, «asseguram parte significativa da produção científica nacional, contribuindo para o desenvolvimento e para a inovação do país».

«Asseguram a publicação e divulgação de conhecimento científico, o licenciamento de patentes, a curadoria de museus e exposições, a realização de conferências, a comunicação de ciência dos centros de investigação, e, em inúmeros casos, ainda garantem actividade lectiva e acompanhamento de estudantes», refere a ABIC.

No entanto, embora assegurem funções efectivas na área, cumprindo todas as regras normais de um contrato de trabalho, os investigadores não veem garantidos «os mais básicos direitos laborais»: «não têm direito a subsídio de férias nem de Natal, não têm direito a subsídio de refeição, não têm protecção em caso de doença prolongada e nos períodos de desemprego (que todos/as atravessam, entre bolsas e contratos precários)». 

«Pelo fim da precariedade e pela exigência de condições de trabalho e de vida dignas», os investigadores vão realizar, no dia 13 de Abril, às 11h30, uma concentração em frente ao metro do Pólo Universitário (Porto), exigindo a revogação do Estatuto do Bolseiro de Investigação (EBI) e a substituição de todas as bolsas por contratos de trabalho, a abertura de concursos nas instituições para integração na carreira e uma real actualização do valor das bolsas e salários.