A manhã de hoje, no Estoril, foi marcada por uma greve e concentração de trabalhadores em frente à Casa do Alecrim, uma residência sénior que pertence à Associação Alzheimer Portugal. A adminstração do lar já tinha sido alvo de denúncia nos últimos anos dadas as más condições laborais existentes.
A luta na empresa não começou hoje. Já em 2022 os trabalhadores denunciavam a desvalorização de que eram alvo, com a empresa a aplicar baixos salários, a promover discriminações e a impor regimes de horas que afetam negativamente não apenas a vida e saúde dos profissionais, como também dos utentes que exigem cuidados.
À época, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) denunciava em comunicados à imprensa que existiam «trabalhadores já com mais de 200 horas extras sem qualquer pagamento das mesmas.» Oficialmente os trabalhadores da instituição devem cumprir 37 horas semanais, mas «a directora elabora escalas de horário de 42 horas ou mais».
Já em 2024, as reivindicações continuam à volta dos horários, especificamente das alterações unilaterais dos mesmos pela direcção, segundo informa um comunicado do CESP. No passado dia 31 de Julho, o sindicato conseguiu fazer valer as reivindicações dos trabalhadores numa reunião mediada pelo Ministério do Trabalho. Na altura, a directora técnica da Casa do Alecrim comprometeu-se a elaborar um mapa anual de trabalho e a consultar os delegados sindicais sobre o mesmo. Apesar deste avanço, critica o CESP, «manteve-se a intransigência» quanto à nova política de horários fixos, com a qual os trabalhadores não concordaram, já que deixam de receber o subsídio de turnos, fundamental para complementar os seus baixos salários.
Assim, a greve marcada para o dia de hoje teve importância redobrada com os trabalhadores a denunciar o recebimento de escalas de trabalho via Whatsapp, a imposição dos horários fixos, assim, a carência de condições laborais para um cuidado digno dos utentes.