A Castimoda, empresa da indústria têxtil situada em Fafe (distrito de Braga), impôs férias às trabalhadoras, em meados de Março, escudando-se no surto epidémico da Covid-19. No final desse mês, as cerca de 30 trabalhadoras da empresa receberam uma carta de despedimento, ficando com um salário em atraso, para além das horas extraordinárias e o subsídio de Natal.
As trabalhadoras fizeram uma vigília à porta da fábrica, durante vários dias, para que o material não fosse retirado, uma vez que lhes chegara ao conhecimento que essa era a intenção do patrão.
Em declarações ao AbrilAbril, José Manuel Mendes, dirigente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes (CGTP-IN), confessou nunca ter visto nada assim, quando apareceu a GNR para permitir a retirada do material. «O patrão tinha ameaçado as trabalhadoras com o estado de emergência, que, se não saíssem, chamava a guarda para as tirar de lá», disse.
O dirigente lembra ainda que, não tendo havido qualquer desrespeito pela ordem pública, não se compreende a actuação da GNR, que parece estar «ao serviço da empresa».
A 24 de Abril, a GNR «escoltou» a saída de três camiões da empresa, material que no processo de insolvência que agora se inicia deveria ser considerado massa insolvente para pagamento de dívidas.
Ao sindicato já chegou informação da insolvência, mas José Manuel Mendes referiu que o advogado da empresa não quer sentar-se a negociar, pelo que o sindicato irá aguardar a nomeação de um administrador do processo de insolvência por parte do tribunal.
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