A paralisação de hoje, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN), com uma adesão total em grande parte dos hospitais, surge depois do adiamento da que estava marcada para 25 de Maio, face a um acordo parcial com o Governo.
Esta manhã, a dirigente sindical Ana Amaral, da FNSTFPS, afirmou que, no período da noite, «em muitos hospitais» a adesão chegou aos 100%, com outros casos em que esta rondou os 80 e 85%.
«Em regra geral, os valores são muito bons. Isto é uma resposta que os trabalhadores estão a dar ao Governo e uma mensagem que passa para que as coisas mudem. Para que, realmente, o Governo atenda às reivindicações que são justas» reiterou Ana Amaral.
Salários dignos e mais pessoal
A representante da federação sindical que integra o piquete de greve em frente ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, sublinhou que, entre outros problemas, os trabalhadores em greve «têm salários miseráveis».
«Os auxiliares ganham o salário mínimo nacional e, tendo em conta as exigências que lhes são feitas, seria desejável salários que fossem dignos», especificou, remetendo a questão para o Governo.
Além dos aumento dos salários, os trabalhadores reivindicam a negociação de uma carreira de técnico auxiliar de saúde e a abertura dos concursos, como resposta para a falta de pessoal que leva a ritmos de trabalho pesados.
Outros motivos passam pelo fim da precariedade e a integração de todos nos mapas de pessoal, a aplicação das 35 horas semanais, o pagamento das horas de trabalho suplementar e o fim das parcerias público-privado da Saúde.
O piquete de greve contou ainda com a presença de Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP. Em declarações à RTP, afirmou que os trabalhadores têm também como objectivo da greve «a defesa do SNS».
«Para nós, é fundamental corresponder às necessidades da populações e os seus anseios. Porém, Governo que diz que não há verbas para o SNS é o mesmo que continua a gastar dinheiro do erário público em grande quantidade para as parcerias público-privado e para financiar o negócio de uns à custa de todos».