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Greve dos trabalhadores não docentes encerrou milhares de escolas

O segundo dia da greve dos trabalhadores não docentes bateu as expectativas com uma adesão a rondar os 80% e milhares de escolas encerradas. Medidas do Governo não resolvem problema, afirma sindicato.

A adesão dos trabalhadores não docentes à manifestação nacional levou a que centenas de escolas fossem encerradas
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«Temos milhares de escolas encerradas e em relação a ontem (quinta-feira) nota-se um crescendo», afirmou à Lusa o dirigente sindical Artur Sequeira, da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN), explicando que hoje há mais assistentes operacionais (auxiliares) e assistentes técnicos (administrativos) a aderir ao protesto.

Em declarações ao AbrilAbril, Artur Sequeira frisou que a adesão ao segundo dia de greve ronda os 80%, tendo reiterado que «é substancialmente maior do que ontem», o que obrigou ao fecho de milhares de escolas nesta sexta-feira ao longo do dia.

«Claro que temos casos, como em Castro Verde, em que 50% dos trabalhadores fizeram greve mas a escola abriu na mesma, sem condições, e andaram a vender as sandes de pequeno-almoço na papelaria», exemplificou.

Sobre as declarações de Alexandra Leitão, secretária de Estado da Educação, que disse não haver razões para os protestos, Artur Sequeira afirmou não entender e voltou a frisar que as medidas anunciadas do Governo são «insuficientes».

«Ficamos à espera que a secretária de Estado nos chame para percebermos como é que estas medidas vão resolver os nossos problemas». Entre os quais, questionou se «vai ou não alterar a portaria de rácios», que considerou estar desactualizada, se «concorda que há uma falha de seis mil trabalhadores nas escolas» e o que vai ser feito relativo à «quantidade enorme» de funcionários com vínculos precários.

Quanto aos baixos salários, Artur Sequeira relembrou que há «muita gente a receber o salário mínimo», independentemente de terem quatro ou 20 anos serviço, o que cria «sentimentos de injustiça dentro das escolas». Além disso, a ausência de actualização das tabela levou a que exista uma pequena diferença salarial entre assistentes operacionais e assistentes técnicos.

Nesse sentido, o dirigente voltou a lembrar a reivindicações dos trabalhadores para a recuperação da carreira específica, com vista a «estabilizar o corpo não docente nas escolas» e a valorizar os funcionários mais antigos.

Com agência Lusa

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