Os funcionários das escolas públicas estão em greve hoje e sexta-feira, num protesto convocado pela Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN).
Em declarações ao AbrilAbril, Artur Sequeira, dirigente da federação, realçou que a greve em curso está a dar sinais de uma elevada adesão, com centenas de escolas fechadas ou a funcionar sem grande parte dos serviços, demonstrando o «enorme descontentamento» dos trabalhadores.
«A adesão está a superar aquilo que estávamos à espera. Temos escolas fechadas em todo o País e aquelas que abriram estão a funcionar com muitas dificuldades, não sendo ainda certo se vão continuar, porque os trabalhadores trabalham por turnos e à tarde trocam», realçou.
Segundo Artur Sequeira, em causa estão vários problemas sérios do sector, com a falta de pessoal nas escolas a assumir protagonismo, face à actual situação de carência e à «solução» do Governo, que denuncia ser «insuficiente» e que «não vai ter impacto na vida das escolas».
«Os directores do agrupamento dão claramente razão à Federação. Há uma evidente falta de pessoal e eles consideram que, tendo em conta os actuais trabalhadores, seja qualquer for o vínculo, são precisos outros seis mil para isto funcionar como deve ser. O concurso que o Governo anunciou não chega», afirmou.
Nesse sentido, Artur Sequeira frisou que a actual portaria de rácios para os funcionários nas escolas está «desadequada», tendo reiterado que aquela que «a secretária de Estado está a anunciar, que diz que só vai ser feita quando a descentralização estiver em velocidade cruzeiro, tem de entrar já».
Além disso, «o Ministério da Educação anunciou mais mil vagas para assistentes operacionais, que não vão resolver o problema», declarou, pois «a este concurso vão concorrer os milhares de trabalhadores com vínculos precários e a meio-tempo, ou seja, o problema da falta de pessoal mantém-se».
Entre as reivindicações, os trabalhadores não docentes exigem a contratação do «pessoal verdadeiramente necessário», a integração de todos os precários que estão nas escolas e aumentos salariais.
Outras reivindicações passam pela recuperação da carreira específica, com vista a «estabilizar o corpo não docente nas escolas» e a valorizar os funcionários mais antigos, pois, de momento, o panorama é de «trabalhadores com três ou quatro anos nas escolas a ganhar o mesmo que outros com 20 ou 30 anos de serviço».
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