Forte adesão à greve na IP contra «injustiças e desvalorização dos salários»

Num comunicado divulgado ontem no seu site, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) registava uma «forte adesão à greve» dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), que gere as redes ferroviária e rodoviária. A par de uma «enorme perturbação da circulação ferroviária de comboios de passageiros e mercadorias», a paralisação levou à suspensão, esta sexta-feira, «das inúmeras obras que decorrem nas infra-estruturas, assim como a paralisação das diversas atividades destas empresas», informava-se na nota. 

A Fectrans lembra que «os trabalhadores lutam pela negociação do aumento intercalar, tal como aconteceu noutras empresas públicas», e reclamam, «nos termos do compromisso assumido pelo ministro da tutela», em 8 de Maio, «que se inicie a revisão das carreiras profissionais, tal como já decorre nas outras empresas».

A estrutura sindical frisa ainda que o Governo «deu uma orientação para as empresas públicas, que cumpriram e onde se fizeram acordos, só a administração da IP é que não cumpriu».

«Com esta forte adesão na greve, os trabalhadores demonstram que não aceitam a atitude de intransigência da administração, que visa perpetuar situações de injustiça e desvalorização dos salários e profissões nestas empresas», afirma a Fectrans, rejeitando a externalização de «ainda mais» actividades. 

Entre as oh e as 19h desta sexta-feira foram suprimidos 894 comboios da CP – Comboios de Portugal, quase 82% das composições programadas. No serviço de longo curso apenas circularam dez comboios em 66 estimados e no regional, dos 262 previstos, realizaram-se apenas 54. Nos urbanos de Lisboa, circularam 81 comboios de 520 programados e, no Porto, de 217 estimados, realizaram-se 47. Nos urbanos de Coimbra, foram efectuados sete comboios de 28 estimados.