«Não se compreende como, num momento em que existem trabalhadores de empresas de trabalho temporário a laborar na empresa, se vai proceder a despedimentos do quadro de pessoal efectivo», lamenta, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
Trabalhadores que se ausentem por motivo de actividade sindical, greve e participação nas mesas de voto, entre outros, são penalizados pela empresa na atribuição do prémio de produtividade, denuncia o CESP. O Dia Minipreço afixou nos seus armazéns a informação dos critérios para a atribuição do prémio de produtividade pago mensalmente, definindo as situações em que o trabalhador é penalizado nessa atribuição, afirma o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN). Numa nota de imprensa ontem emitida, a estrutura sindical diz não poder «deixar de denunciar o descaramento» da empresa, ao anunciar publicamente que serão penalizados os trabalhadores que se ausentarem por motivo de: actividade sindical, greve, assistência à família, serem trabalhadores-estudantes, participação nas mesas de voto, serem bombeiros voluntários, doação de sangue. Trata-se de «direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa ou direitos e deveres de cidadania», sublinha o CESP, que classifica como «inaceitável» a atitude do Dia Minipreço. Considera igualmente «aceitável» o facto de «uma empresa com milhões de euros de lucro» pagar a um «operador especializado, em topo de carreira, 713 euros, apenas oito euros acima do SMN [salário mínimo nacional], e 5,42 euros de subsídio de refeição». Tendo em conta a falta de resposta às reivindicações dos trabalhadores do Dia Minipreço e o seu descontentamento crescente, o sindicato mostra-se convicto de que os funcionários vão participar na greve convocada para o Primeiro de Maio, em defesa do aumento dos salários e contra as «injustiças». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Actividade sindical na lista de penalizações do Dia Minipreço
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Os números finais ainda não foram divulgados mas já se conhece, por enquanto, a intenção da administração da Dia Portugal (antiga Minipreço) em encerrar mais de 20 lojas e despedir, em simultâneo, cerca de 200 trabalhadores efectivos.
Mesmo já tendo, o CESP, solicitado uma reunião com o Ministério do Trabalho, para garantir que o sindicato tem o máximo de influência neste processo e na defesa dos interesses dos trabalhadores, esta estrutura representativa dos trabalhadores foi impedida de participar na reunião já realizada entre a empresa e a Direcção-Geral do Trabalho.
A participação na reunião de dia 15 de Julho «não nos foi permitida pelos restantes participantes, sem justificação que não seja afastar o CESP e os seus dirigentes do processo, assim como a nossa perspectiva de defesa e dos postos de trabalho, de emprego com direitos e de valorização do património humano na empresa».
A decisão, de encerrar lojas e proceder a um despedimento colectivo, expressa as consequências de «uma gestão danosa da administração da empresa que, particularmente desde 2012, tem vindo a desenvolver políticas de desinvestimento na qualificação e valorização dos trabalhadores e das lojas, com a desvalorização acentuada dos salários e o brutal desinvestimento na requalificação e manutenção das lojas».
Estas medidas, depois do crescimento verificado no primeiro trimeste de 2022 e, acima de tudo, num momento de grande aumento dos custos de vida para os trabalhadores, seriam sempre «inaceitáveis». No comunicado, o CESP assume o «compromisso de combater os encerramentos e lutar por todos os postos de trabalho que estão a ser colocados em causa».
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