Hoje, na Câmara de Loures, vai estar em discussão e votação a proposta de orçamento e do mapa pessoal dos Serviços Intermunicipalizados de Água e Resíduos dos Concelhos de Loures e Odivelas (SIMAR) para 2018.
Paralelamente, os trabalhadores dos serviços em causa realizam hoje, pelas 15h, um plenário geral de trabalhadores, nas oficinas do Fanqueiro, seguido de uma manifestação até à reunião, para assistirem e exigirem a aprovação.
O orçamento foi chumbado a 28 de Dezembro na Assembleia Municipal de Loures, com os votos contra do PSD, PPM e PS, depois de ter sido viabilizado na reunião camarária pelo último.
O PS Loures justificou a sua cambalhota com o aumento de 1,4% na água. A CDU lembrou que o aumento previsto, devido à inflação e recomendado pela entidade reguladora (ERSAR), já tinha sido aprovado, estando em vigor desde 1 de Janeiro. O presidente da Câmara classificou o acto como uma tentativa de boicotar o funcionamento dos SIMAR, afirmando que «isto é claramente um golpe político de última hora».
Os trabalhadores dos SIMAR, em comunicados, concordam com esta análise e rejeitam o que dizem ser «jogatinas irresponsáveis ou vinganças partidárias» do PS Loures, exigindo estabilidade. Consideram ainda que a vida dos serviços depende destas aprovações, que são fundamentais, pois permitem os urgentes investimentos na rede e na admissão de operacionais, «que tanta falta fazem».
Fátima Amaral, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), em declarações ao AbrilAbril, afirmou «não fazer sentido nenhum» a reviravolta do PS, acusando-o de interferir com o «serviço público de qualidade, os 960 trabalhadores e os investimentos necessários».
«O orçamento para 2018 foi aprovado em ambas as câmaras, no entanto em Loures, o PS escolheu inviabilizar na Assembleia, do nada, apesar de ter viabilizado em reunião de Câmara. Usaram o tarifário como justificação mas esse foi previamente aprovado e já está em vigor!», reiterou Fátima.
A dirigente relembrou ainda que o chumbo impossibilita a candidatura futura a fundos comunitários para os investimentos necessários e compromete a eficácia da rede e os trabalhadores, que não podem «estar reféns de quatro em quatro anos de jogadas políticas irresponsáveis».
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