Linha do Oeste: Atrasos e supressões de comboios voltam a afectar passageiros

A situação na Linha do Oeste tem-se agravado nos últimos dias, com os utentes a enfrentarem atrasos e supressões frequentes de comboios devido à falta de material circulante e ao envelhecimento da frota. Segundo a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste, a falta de comboios operacionais tem provocado o cancelamento de várias ligações, prejudicando diariamente centenas de passageiros.

A CP está a operar com apenas duas composições em alguns dias, quando o mínimo necessário para servir toda a linha seria de cinco. A insistência na utilização de comboios UDD, considerados pouco fiáveis, e a devolução das unidades UTD à empresa espanhola RENFE têm agravado a situação. Apenas entre os dias 4 e 28 de dezembro, foram suprimidos 79 comboios nos troços Santa Apolónia/Caldas da Rainha e Caldas da Rainha/Coimbra-B, sem transporte alternativo disponibilizado.

A situação é especialmente crítica nos finais do dia, quando muitos passageiros regressam a casa após o trabalho. No dia 26 de dezembro, por exemplo, quatro ligações foram canceladas no troço Santa Apolónia/Caldas da Rainha. A CP chegou ao ponto de deixar de vender bilhetes de grupo devido à imprevisibilidade do serviço, o que a Comissão classifica como uma «atitude de manifesta demissão».

A Comissão alerta ainda para o prolongamento das obras de modernização da linha, que deveria incluir a renovação da frota. As novas composições híbridas, que poderiam circular mesmo sem a eletrificação completa, ainda não estão disponíveis, mantendo a incerteza sobre quando a situação será resolvida.

Para evitar que a crise se aprofunde em 2026, a Comissão exige que o Governo e a CP implementem um plano de contingência, incluindo a utilização de locomotivas diesel 1400 com carruagens, uma solução já defendida em períodos anteriores de dificuldade.