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Cruz Vermelha alerta para condições «extremamente difíceis» em Gaza

Os contínuos ataques israelitas, o colapso de edifícios danificados com as inundações e o mau tempo fizeram aumentar o número de vítimas em Gaza, disse a porta-voz da Cruz Vermelha no território.

Créditos / @UNRWA

Em declarações à imprensa, Amani al-Naouq, porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), afirmou que as necessidades da população na Faixa de Gaza são «enormes e abrangentes», e que os residentes precisam urgentemente de soluções a longo prazo para melhorar as suas condições de vida.

Sublinhando que as pessoas continuam a viver em condições «extremamente difíceis» mais de dois meses passados sobre a entrada em vigor da trégua (10 de Outubro de 2025), a responsável referiu-se à urgência que assume o abastecimento de alimentos, medicamentos, materiais para abrigo e outros bens de primeira necessidade.

Sobre as fortes chuvas dos últimos dias, disse que provocaram inundações em estradas, acampamentos e redes de esgotos, agravando ainda mais o sofrimento da população no enclave, sobretudo daqueles que vivem em abrigos temporários e tendas precárias pelo terceiro Inverno consecutivo.

Chuva, frio extremo e riscos acrescidos de doenças

Al-Naouq sublinhou que as tendas, em que milhares de pessoas se viram obrigadas a refugiar-se, não resistem à chuva forte e aos ventos intensos, expondo milhares de famílias a inundações e frio extremo, e a riscos acrescidos de doenças e infecções transmitidas pela água, devido à contaminação das fontes aquíferas e à sua mistura com esgotos e resíduos.

A porta-voz do CICV insistiu nas «condições insuportáveis» em que as famílias palestinianas vivem nessas estruturas que não as protegem da intempérie e do frio, sem privacidade, espaço e instalações para higiene e saneamento, enquanto lutam para salvar o que resta dos seus pertences.

A situação no terreno continua a ser «catastrófica», sem que a vida sequer tenha voltado ao que era antes do conflito, afirmou al-Nouq, explicando que mais 80% da população na Faixa de Gaza foi afectada por ordens de evacuação emitidas pela ocupação sionista e é agora obrigada a viver em espaços pequenos e apinhados, sem condições e sem acesso a serviços básicos em muitas zonas.

A responsável destacou ainda que o sistema de saúde no enclave está «à beira do colapso», devido aos danos sucessivos que lhe foram causados pela agressão israelita, e que a maioria dos pacientes não tem acesso a um tratamento eficaz.

Unrwa apela ao fim das «restrições»

Numa publicação da rede social Twitter (X), Philippe Lazzarini, comissário geral da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), também se referiu à invernia na Faixa de Gaza, sublinhando que a população palestiniana «está a morrer de frio».

«As ruínas inundadas onde estão abrigados estão a desmoronar-se, expondo-os ainda mais ao frio», alertou, referindo-se às «contínuas restrições» à entrada de materiais para abrigo em Gaza e ao facto de os abastecimentos da Unrwa estarem há meses à espera para poder entrar no enclave.

«Iriam dar resposta às necessidades de centenas de milhares de pessoas em situação de desespero. A ajuda humanitária tem de ser libertada em larga escala, sem demora, para evitar que mais famílias deslocadas corram sérios riscos», frisou.

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