A jornada de luta incluiu uma greve nacional convocada pela Associação Trabalhadores do Estado (ATE), que teve uma adesão de 90%, de acordo com a organização sindical.
«Hoje começamos a ofensiva contra a reforma laboral de Milei», disse Rodolfo Aguiar, secretário-geral da ATE, sublinhando que, se for preciso ir para as ruas no Natal e no Ano Novo, os trabalhadores o vão fazer – refere o Tiempo Argentino.
Aguiar, contra quem o Ministério da Segurança apresentou uma queixa no Ministério Público no domingo passado, disse que a jornada de luta, em todo o país, reclamava a reabertura de negociações salariais e que os trabalhadores não vão desistir até que todos os seus direitos sejam respeitados.
A medida de força teve forte impacto na saúde, nos transportes e em múltiplos organismos estatais. Neste contexto, Aguiar denunciou que os salários estão destruídos há quase dois anos, que o pluri-emprego se tornou a norma e que milhares de funcionários públicos vivem abaixo da linha da pobreza.
«Querem-nos convencer a esperar, mas já todos sabemos para onde vai esta reforma», declarou o dirigente sindical, em alusão às críticas pelo facto de a jornada de luta ter lugar antes da apresentação oficial do projecto.
«A reforma laboral e o acordo comercial recente com os EUA estão intimamente ligados. Trabalhar mais por menos dinheiro para embaratecer os custos do saque; sem greve e mobilização não travamos isto», frisou.
Em seu entender, o governo de Milei pretende aprofundar a desregulação já proposta na Lei de Bases e, quando fala em modernização, «na verdade trata-se de mais precarização e mais enfraquecimento dos sindicatos».
«É óbvio que esta reforma pós-eleitoral não procura criar emprego, mas reconfigurar o poder nas relações laborais para benefício do grande patronato», disse Rodolfo Aguiar.
Reformados, desempregados, organizações sociais, estudantis e de bairro também se mobilizaram
A paralisação de 24 horas convocada pela ATE entrelaçou-se com uma mobilização mais ampla, da parte de diversas organizações que também contestam a reforma laboral e o acordo com os Estados Unidos, que caracterizam como «pacto colonial», ligado ao novo alinhamento geopolítico entre os governos de Buenos Aires e Washington.
As organizações de reformados que habitualmente se mobilizam às quartas-feiras na Praça de Maio voltaram a fazê-lo esta quarta ao fim da tarde, tendo criticado a política de austeridade e a reforma que beneficia o patronato, o pacto com o governo de Trump e «a intervenção directa do imperialismo na Argentina», indica a fonte.
Em conjunto com outros organismos, entregaram uma petição no Congresso e na Casa Rosada a reclamar medidas favoráveis aos reformados e pensionistas, bem como o «fim da repressão» nas mobilizações das quartas-feiras.
Mais uma vez, o governo de Milei montou uma enorme operação policial em torno da mobilização dos reformados, que envolveu forças de segurança federais e da cidade de Buenos Aires.
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