Ao intervir esta quinta-feira no programa «Desde la Presidencia», integrado no espaço «Mesa Redonda» da TV cubana, Miguel Díaz-Canel afirmou que aquilo que se conseguiu fazer foi uma façanha, apesar de toda a destruição provocada pelo impacto do furacão e das situações dramáticas vividas em função do evento meteorológico.
«Até ao momento, não tivemos de lamentar a perda de nenhuma pessoa», disse o chefe de Estado ao avaliar os estragos causados pelo Melissa e ao verificar, numa reunião do Conselho de Defesa Nacional, como segue o processo de recuperação.
Na mesma ocasião, Díaz-Canel frisou a importância dos trabalhos de prevenção e de evacuação para proteger a população e salvaguardar a maior quantidade possível de recursos.
A este respeito, o presidente chamou a atenção para a necessidade de persuadir a população a cumprir as medidas previstas para situações extremas, bem como para a de melhorar a eficácia dos processos estabelecidos no Sistema de Defesa Nacional.
Ainda assim, disse, nas zonas afectadas pelo Melissa pôde-se sobreviver, graças à organização, à unidade e à vontade popular.
«Os Conselhos de Defesa, com o protagonismo da participação popular, agiram com responsabilidade, agilidade, disciplina e também com heroísmo e solidariedade», declarou.
«Houve excepções, mas a nota predominante foi a resiliência dos cubanos e das cubanas», disse, acrescentando que, se fosse dar uma nota, uma qualificação, seria excelente.
De acordo com o presidente de Cuba, citado pela Prensa Latina, foram afectadas mais de 70 mil casas, registaram-se mais de 4000 deslizamentos, e centenas de milhares de hectares de culturas foram danificados.
Até ao momento, foram recuperadas mais de 2000 casas e, em muitos locais, mais de 50% das pessoas contam com serviço eléctrico.
Nas regiões afectadas, «foram protegidos 1 312 000 habitantes, incluindo 993 mil em casas de familiares, de amigos e vizinhos», referiu, acrescentando que mais de 54 mil pessoas permanecem evacuadas.
Movimento solidário mobiliza-se
Na mesma altura em que Cuba desmascarava na Assembleia Geral da ONU, mais uma vez, as tentativas da administração norte-americana para negar a existência do bloqueio que Washington impõe à Ilha há mais de seis décadas e as suas consequências nefastas para o povo cubano, o furacão Melissa atingia com força a zona oriental do país.
O fenómeno meteorológico começou a atingir Cuba, com grande intensidade, no passado dia 29 de Outubro, tendo deixado estragos nas províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín e Las Tunas.
Neste contexto, o movimento solidário com Cuba começou a mobilizar-se, lançando iniciativas com vista a recolher fundos e materiais que sirvam para ajudar à recuperação das regiões afectadas.
O portal Siempre com Cuba dá eco aos apelos, que se continuam a multiplicar, em países como EUA, Canadá, Espanha, Itália, Porto Rico, França e Reino Unido.
Por seu lado, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, recorreu à sua conta de Twitter (X) para agradecer «a todos os governos, agências, gabinetes e programas da ONU, organizações não governamentais, movimentos de solidariedade e cubanos residentes no estrangeiro» por terem enviado ou se prepararem para enviar «múltiplas doações aos afectados no Oriente de Cuba», na sequência da passagem do furacão Melissa.
«Apreciamos a sua solidariedade e profundo humanismo neste momento difícil que uma parte do nosso povo vive», disse.
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