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Utentes do Barreiro recusam ficar sem maternidade

Esta quinta-feira, às 19h, há protesto junto à entrada principal do Hospital do Barreiro, no distrito de Setúbal, contra a intenção do Governo, de forçar a equipa de obstetrícia a trabalhar no Garcia de Orta, em Almada. 

Créditos / adn-agenciadenoticias

Há cerca de dois anos, a maternidade do Barreiro foi alvo de obras no valor de quase um milhão de euros. Agora, arrisca-se «a ganhar pó», criticam os utentes. Segundo informação avançada pelo Expresso, na passada sexta-feira, a equipa de obstetrícia do Hospital do Barreiro vai ser mobilizada, por despacho, para garantir as escalas na urgência do Hospital Garcia de Orta. A notícia, que cita fonte do gabinete da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revela que a transferência forçada deverá ocorrer logo que o Governo avance com a concentração das urgências de obstetrícia na Margem Sul em Almada, conforme anunciado pela governante no Parlamento.

A reprovação da medida, por parte de utentes, profissionais de saúde e sindicatos, sai à rua esta tarde, pelas 19h, numa acção de protesto convocada pelas Comissões de Utentes da Saúde do Arco Ribeirinho Sul (Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete), e a União de Sindicatos de Setúbal (CGTP-IN), junto à entrada principal do Hospital do Barreiro, onde funciona a maternidade.

«Desde a primeira hora que dizemos que o fecho rotativo entre urgências, além de não resolver problema nenhum, seria o caminho para a degradação destes serviços e, depois, para o encerramento definitivo. Infelizmente o tempo veio dar-nos razão», lê-se numa nota da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro. Apesar da medida avançada pela ministra da Saúde, a estrutura responsabiliza também o Chega e a IL pelo facto de, na Assembleia da República, terem aprovado o programa do Governo.

As responsabilidades estendem-se ao PS, uma vez que foi na maioria absoluta de António Costa que os designados «fechos rotativos» passaram a ser uma realidade na vida dos utentes e com os quais, frisa a comissão, os executivos municipais do PS na Moita e no Barreiro «foram coniventes».

Os utentes e os profissionais de saúde «não aceitam» e apelam à luta contra este encerramento, que deriva da opção política de esvaziar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de médicos e outros trabalhadores fundamentais, e ameaça (ainda mais) as mulheres grávidas daquele território, onde já se tornou rotina haver apenas uma urgência de obstetrícia aberta (Garcia de Orta) ao fim-de-semana. 

Entretanto, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já fez saber que, à excepção dos médicos em dedicação plena, não vai ser possível obrigar as equipas a mudarem de local de trabalho contra a sua vontade, tendo em conta que os acordos colectivos protegem os médicos da deslocação do seu local de trabalho.

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