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Os trabalhadores «recusam-se a trabalhar para a guerra»

A propósito do Dia Internacional de Acção Sindical pela Paz, que se celebra a 1 de Setembro, a FSM exige a dissolução da NATO e a abolição das armas nucleares, e frisa que a luta pela paz é uma necessidade.

Palestinianos deslocados, com os seus pertences, na Cidade de Gaza, a 22 de Agosto de 2025 Créditos / PressTV

«Opomo-nos sem descanso à economia de guerra e recusamo-nos a trabalhar para ela», afirma a Federação Sindical Mundial (FSM) numa declaração em que sublinha a oposição dos sindicatos de classe «a qualquer actividade bélica imperialista», bem como o boicote a «qualquer colaboração ou facilitação ligada à ocupação israelita ou a outras frentes de batalha activas».

A declaração da FSM ocorre no âmbito do Dia Internacional de Acção Sindical pela Paz, que a organização assinala anualmente, a 1 de Setembro, para marcar o aniversário do início da Segunda Guerra Mundial, evocar «os milhões de vítimas das atrocidades nazis e fascistas», bem como todos aqueles que sofrem por causa dos conflitos bélicos que o imperialismo e o grande capital geram.

A federação sindical destaca a necessidade da luta pela paz, num contexto de «intensificação de novos e antigos conflitos militares, como na Palestina e na Ucrânia», num tempo em que «a economia de guerra é a agenda dos imperialistas e as despesas militares estão a aumentar», com «o fascismo, o racismo e a xenofobia» a mostrarem os dentes.

A FSM alerta para o risco acrescido de uma guerra generalizada e alargada, «com graves consequências», quando se assiste ao aumento das despesas militares em todas as regiões, e condena a decisão da mais recente cimeira da Aliança Atlântica de «aumentar a despesa militar dos seus membros para níveis sem precedentes».

O documento chama a atenção para o modo como o nível de vida das camadas populares, «que já estão a sofrer as consequências das dificuldades económicas, como o aumento dos preços, a inflação galopante e os efeitos duradouros das medidas de austeridade de longa data», é atingido pela economia de guerra.

Por isso, os trabalhadores «exigem que todos estes recursos sejam canalizados para as suas necessidades, para uma vida melhor, cuidados de saúde adequados e educação de qualidade, salários e pensões decentes, e prestações sociais, e que não sejam "investidos" em guerras e derramamento de sangue», destaca o texto que a FSM divulga no seu portal.

Pelo fim de todas as guerras, pelo respeito da soberania dos povos

Os trabalhadores filiados nas estruturas sindicais da federação exigem o fim de todas as guerras e intervenções imperialistas em todo o mundo, e reivindicam a dissolução da NATO e de todas as coligações militares, assim como a abolição total das armas nucleares.

Reclamando um cessar-fogo em todas as zonas de conflito, os trabalhadores condenam e denunciam de forma enérgica «o prosseguimento do crime atroz contra o povo palestiniano», e exigem «o fim do genocídio, da prática da limpeza étnica e da utilização da fome como táctica de guerra» por parte de Israel.

Neste contexto, o documento declara ainda a intensificação da luta contra as agressões israelitas contra o Líbano, Síria e Irão, pelo fim da ocupação e dos colonatos nos territórios árabes, pela garantia do direito de regresso dos refugiados e da criação de um Estado palestiniano independente, «dentro das fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital».

«Exigimos o respeito pleno pela soberania, a independência e o direito de todos os povos a escolher o seu próprio caminho e a decidir livremente o seu presente e o seu futuro», afirma a FSM, que condena os embargos e as sanções orquestradas pelos Estados Unidos, a União Europeia e os seus aliados contra uma série de países, com «impacto directo e prejudicial na vida quotidiana das pessoas comuns».

Neste sentido, a federação sindical reitera o apelo aos trabalhadores de todo o mundo para que participem de forma activa no Dia Internacional de Acção Sindical pela Paz, que terá como lema «Recusamo-nos a trabalhar para a guerra».

Para «amplificar a voz do internacionalismo e da luta de classes em busca de uma paz duradoura contra a agressão imperialista e a barbárie capitalista», sublinha.

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