De acordo com várias fontes, o jornalista palestiniano, chefe de redacção da agência Ma'an e director da cadeia pan-árabe Al Mayadeen na Palestina foi detido na madrugada de segunda-feira em sua casa, localizada em Doha, nas imediações de Belém (Beit Lahm), por elementos da segurança interna sionista (Shin Bet) e tropas de ocupação.
«Durante o ataque, os soldados vandalizaram o recheio da sua casa, causando grandes danos», refere a Wafa, enquanto a TeleSur precisa que escavacaram móveis e confiscaram telemóveis.
Num comunicado imediatamente subsequente à detenção, a cadeia pan-árabe afirma não estar surpreendida com estas «práticas sádicas da ocupação, nem com a sua persistente hostilidade em relação ao jornalismo, aos jornalistas e ao direito de dizer a verdade».
Destacando os mais de 30 anos de experiência de al-Lahham na área do jornalismo, o texto apela ao posicionamento firme da comunidade jornalística palestiniana e árabe, instando-a a exigir a libertação de al-Lahham.
A Al Mayadeen exortou ainda organizações regionais e internacionais de defesa da liberdade de imprensa a posicionarem-se contra aquilo que classifica como «guerra crescente contra o jornalismo» por parte da ocupação israelita, referindo-se a detenções, censura e assassinatos deliberados de jornalistas, sobretudo na Faixa de Gaza.
«Para nós, Nasser é mais do que um chefe de gabinete. É uma voz destacada no jornalismo palestiniano, um símbolo de reportagem com compromisso e um defensor fervoroso dos direitos do seu povo», lê-se no documento.
Agradecimento e alerta
A cadeia pan-árabe manifestou a sua gratidão a todos aqueles que já se pronunciaram em defesa de al-Lahham, desde dirigentes e facções palestinianos até movimentos e organizações do mundo árabe, passando por entidades mediáticas internacionais e defensores dos direitos de liberdade de expressão e de imprensa.
Em simultâneo, a Al Mayadeen sublinha o facto de esta detenção se enquadrar numa campanha mais ampla contra jornalistas na Palestina, bem como o facto de, no final de Outubro de 2023, as forças de ocupação terem invadido a casa de al-Lahham, agredindo a sua mulher e os seus filhos.
Também alerta para as ameaças repetidas da ocupação à correspondente da cadeia em Jerusalém, Hanaa Mahamid, «numa tentativa de suprimir» a cobertura mediática que realiza nos territórios ocupados.
Entretanto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos informou que a detenção de Nasser al-Lahham foi prolongada até quinta-feira, esperando-se que nesse dia o jornalista seja presente ao Tribunal Militar de Ofer.
Actualmente, indica a Wafa, a 22 dos 55 jornalistas palestinianos encarcerados nas cadeias da ocupação foi-lhes aplicado o regime de detenção administrativa – sem acusação ou julgamento, por períodos de seis meses infinitamente renováveis.
Dos 55 encarcerados, 49 foram detidos desde Outubro de 2023, quando a ocupação lançou a agressão contra a Faixa de Gaza cercada, acrescenta.
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