Já havida sido noticiado pelo AbrilAbril que após uma Reunião Geral de Alunos realizada no passado dia 25 de Fevereiro, um grupo de estudantes da Escola Secundária de Sampaio, em Sesimbra, estavam a ser ameaçados com sanções disciplinares por exercerem liberdades democráticas.
A acção desenvolvida pelos estudantes seguiu todos os trâmites legais, tendo por base o artigo 32.º da Lei Geral do Associativismo Jovem. Ou seja, os jovens convocaram a reunião, recolheram 224 assinaturas (o correspondente a 25% dos estudantes da escola) e, como tal, reuniram todas as condições para criar um espaço de discussão democrática.
À data, sobre a postura hostil da direcção da escola, os estudantes denunciaram «uma postura hostil, de intimidação e tentativa de impedimento da Reunião Geral de Alunos, colocando diversos entraves à sua realização», mas que foi ainda mais longe. Os alunos revelaram que a direcção chamou os estudantes e os seus encarregados de educação à escola para a realização de «audiências», de forma a aplicar «medidas correctivas» com um procedimento disciplinar.
Os meses passaram e há agora desenvolvimentos. Uma das estudantes do 10.º anos que esteve envolvida na organização da tal Reunião Geral de Alunos foi suspensa. Este procedimento disciplinar foi aplicado após a jovem ter recusado a realização de trabalho comunitário. A denúncia é feita pela própria estudante alvo da suspensão que num e-mail dirigido à redação do AbrilAbril indica que um outro colega foi também alvo de um processo disciplinar.
«O que se exige é simples: justiça. É inaceitável alunos serem punidos por promover os direitos dos jovens e estudantes no ambiente escolar. Situações como estas não podem ser toleradas, não podem continuar a silenciar os alunos toda vez que estes tentam afirmar a sua voz na escola», afirma a estudante visada pela direcção.
A jovem que foi suspensa não irá desistir de lutar pelos seus direitos e pelas liberdades liberdades democráticas e, como tal, apareceu hoje na escola, dia da suspensão. «Mesmo sem poder estar presente nas actividades escolares, devido a suspensão, estarei à frente da escola no meu horário lectivo», diz a estudante, acrescentando que tal acção serve para «resistir e a reafirmar que os estudantes não podem continuar a ser infantilizados e prejudicados por lutarem uma escola pública, democrática e de qualidade».
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