|ataque à democracia

Continuam as suspensões sumárias na Secundária de Sesimbra

Mais um estudante suspenso na Secundária de Sampaio como forma de punição por ter organizado uma Reunião Geral de Alunos. O estudante resistiu e, mesmo estando suspenso, esteve à frente da escola durante o seu horário. O AbrilAbril tentou falar com o director da escola, mas sem sucesso.  

Os ataques às liberdades democráticas continuam na Escola Secundária de Sampaio, em Sesimbra. Depois do processo de intimidação que os estudantes foram alvo depois de realizar uma Reunião Geral de Alunos, esta semana uma estudante envolvida no processo foi suspensa depois de recusar fazer trabalho comunitário. 

Ao AbrilAbril chegou mais uma denúncia de um estudante que foi também suspenso por organizar o espaço de discussão democrática. Recorde-se que os jovens cumpriram com todos os trâmites legais, regendo a sua acção de acordo com a Lei n.º 23/2006 de 23 de Junho que estabelece o regime jurídico do associativismo jovem, que estipula que «os estudantes têm direito à relevação de faltas às aulas motivadas pela comparência em reuniões da assembleia geral no caso de estas coincidirem com o horário lectiva» e que este direito «pode ser exercido até três vezes por ano». 

«A direcção da escola desde o primeiro momento, desnecessariamente, assumiu uma postura de discordância, inserindo diversos entraves à sua realização. Contudo, após a concretização da reunião, que contou com cerca de 50 alunos que discutiram os problemas da escola e apresentaram duas moções, houve a aplicação de “medidas corretivas” a dois dos alunos que estiveram na sua organização com um procedimento disciplinar e as alternativas de cumprir trabalho comunitário ou suspensão», diz o estudante suspenso.

Não desistindo, assim como a sua colega que fora igualmente suspensa, o jovem esteve ontem à frente da escola, mesmo sem poder estar presente nas actividades escolares, como forma de protesto contra a injustiça praticada. 

O AbrilAbril procurou entrar em contacto com o director da escola por duas vezes, no entanto, em ambas as tentativas não foi possível questionar o porquê da suspensão, uma vez que os estudantes limitaram-se a exercer as suas liberdades democráticas, o que ainda tem mais valor num contexto em que a sociedade civil se diz preocupada com a falta de participação dos jovens e organiza inúmeros debates sobre o tema. 

 

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