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Canadá: Agência de Saúde admite ter seguido 33 milhões de telemóveis em segredo

Segundo a agência federal, a acção visava avaliar a eficácia das medidas da quarentena e analisar a propagação do coronavírus, mas a polémica sobre o respeito do direito à privacidade foi lançada.

A Agência de Saúde Pública do Canadá admite ter rastreado em segredo 33 milhões de telemóveis durante a pandemia de Covid-19 
A Agência de Saúde Pública do Canadá admite ter rastreado em segredo 33 milhões de telemóveis durante a pandemia de Covid-19 CréditosShawn Goldberg / SOPA Images / RT

A Agência de Saúde Pública do Canadá (PHAC, na sigla em inglês) rastreou, de forma secreta, 33 milhões de telemóveis de cidadãos do país para avaliar «a capacidade de resposta da população durante as medidas de quarentena» decretadas em resposta à pandemia de Covid-19, indica a RT, com base na informação divulgada no portal Blacklock's Reporter dia 21 de Dezembro último.

Um funcionário da agência, cujo nome não foi revelado, confirmou no dia 24 ao National Post que, «devido à urgência da pandemia, [a PHAC] recolheu e utilizou dados de mobilidade, como dados de localização de torres de telefonia móvel, ao longo da resposta à Covid-19», refere a mesma fonte.

De acordo com o funcionário, a agência federal procurava avaliar a eficácia da quarentena e estabelecer «as eventuais ligações» entre os movimentos da população no país e a propagação do coronavírus.

Para levar a efeito esta «espionagem», a PHAC assinou em Março deste ano um contrato com o gigante das telecomunicações canadiano Telus, que lhe facultou dados sobre o movimento e a localização das pessoas.

O funcionário não identificado referiu que o acordo subscrito chegou ao fim em Outubro último, pelo que a agência federal já não tem acesso aos dispositivos móveis dos cidadãos.

No entanto, disse que o organismo «planeia rastrear o movimento da população aproximadamente nos próximos cinco anos», para abordar outros problemas de saúde pública, «outras doenças infecciosas, prevenção de doenças crónicas e saúde mental».

Neste sentido, a PHAC publicou este mês um anúncio com vista a contratar os serviços de plataformas com acesso a «dados de localização de operadores/torres de telemóveis em resposta à pandemia de Covid-19 e para outras aplicações de saúde pública», recolhidos de forma anónima entre Janeiro de 2019 e até à data de expiração do contrato – 31 de Maio de 2023 –, com a possibilidade de o prolongar por mais três anos.

Preocupação com o respeito pelo direito à privacidade

A revelação do programa de rastreio da agência federal causou polémica e preocupação. David Lyon, autor da obra Pandemic Surveillance e ex-director do Centro de Estudos de Vigilância da Queen's University, em Ontário, pensa que os canadianos podem acabar por descobrir «muitas outras iniciativas de vigilância não autorizadas, antes de que termine a pandemia e depois».

O sociólogo britânico-canadiano considera necessário proporcionar maior informação «sobre o que se fez exactamente, o que se alcançou e se realmente serviu ou não os interesses dos cidadãos canadianos».

«Estão a chegar provas de muitas fontes, de países de todo o mundo, daquilo que se considerou um grande aumento da vigilância, depois do 11 de Setembro. Agora isso está completamente eclipsado pela vigilância da pandemia», acrescentou Lyon, citado pela RT.

Um outro autor, Paul Alves, também se mostrou preocupado com o acesso à localização dos dados móveis e expressou o receio de que «o seguimento de contactos já não venha a necessitar de uma autorização ou de uma ordem judicial».

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