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Global Media avança com despedimento colectivo no Diário de Notícias

Mais uma machadada no jornalismo com a administração da Global Média a desferir mais um golpe. A dois dias da greve geral dos jornalistas, foram despedidos 20 trabalhadores no Diário de Notícias na sequência de um «processo de reestruturação interna». 

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

As dificuldades no seio da Global Media Group não são novas, mas não se pode deixar de estranhar a altura em que tudo isto surge e o facto de ficar visível aos olhos de todos que para quem lidera o grupo, os trabalhadores são carne para canhão.

A administração da Global Media Group avançou hoje, dois dias após as eleições legislativas e dois dias antes da greve geral dos jornalistas, com um despedimento colectivo no Diário de Notícias. Despedidos foram 20 pessoas: os três elementos da direcção (José Júdice, Ana Filipa Monteiro e Filipe Garcia), o director geral, o coordenador gráfico, jornalistas, assessoras, assistentes, uma secretária, uma técnica e um motorista.

Segundo o comunicado da Global Media Group o despedimento colectivo ocorre porque está a decorrer «processo de reestruturação interna», algo que nunca visa os accionistas e administradores, mas sempre os trabalhadores. No mesmo comunicado pode ler-se que «a situação actual era insustentável tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de vista da equidade com os profissionais».

Este é o mesmo grupo que no passado mês emitiu uma nota no seu site onde, ao dar conta do sucesso das várias publicações que detém, diz que «o Diário de Notícias arrancou o novo ano acima da fasquia dos dois milhões de leitores online, conquistando assim o lugar de terceira melhor marca entre os jornais diários generalistas». Essa mesma nota acaba a dizer que: «a dedicação diária das nossas equipas permitiu-nos chegar a mais de 4,3 milhões de pessoas no digital».

Esta foi então, a dois dias da greve geral dos jornalistas, a forma da administração da Global Media valorizar os profissionais que garantem o funcionamento dos jornais e os resultados que a mesma tanto se orgulha. 
 
Em declarações à Agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Jornalistas disse esperar uma adesão muito forte à greve geral marcada para dia 14 «porque na verdade a precariedade é muito mais alta que na generalidade dos outros sectores, os salários são cada vez mais baixos, não temos progressões de carreira reiteradamente nos últimos 20 anos» e a luta será também «um grito de alerta" para apoiar o jornalismo antes que seja «tarde demais».
 

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